Lição 2 – O Evangelho do Filho de Deus – A Revelação da Luz ao Mundo | EBD Betel Adultos

 

Lição 2 – O Evangelho do Filho de Deus – A Revelação da Luz ao Mundo | EBD betel

📖 Lição 2 – O Evangelho do Filho de Deus – A Revelação da Luz ao Mundo

Lição 02 Betel Adultos 3 trimestre 2025 ensina como Jesus, o Verbo eterno, se revelou como a Luz do mundo no Evangelho de João, trazendo vida, graça e verdade à humanidade caída.

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TEXTO ÁUREO

“No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”, João 1.1.

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VERDADE APLICADA

O Evangelho de João revela que o Verbo Divino que se fez carne e habitou entre nós é o Cristo Prometido, o Filho de Deus, enviado para nos salvar.

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OBJETIVOS DA LIÇÃO

Conhecer o contexto histórico e religioso do Evangelho de João.

Ressaltar as adversidades que os cristãos enfrentavam nos dias de João.

Compreender a diferença entre o Evangelho de João e os Evangelhos sinóticos.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

JOÃO 1
2 Ele estava no princípio com Deus.
3 Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.
4 Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.
5 E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
6 Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João.

7 Este veio para testemunho para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele.
8 Não era ele a luz, mas veio para que testificasse da luz.
9 Ali estava a luz verdadeira, que alumia a todo homem que vem ao mundo.
10 Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu.

LEITURA DIÁRIA 📅

SEGUNDA | Jo 1.14 O Verbo se fez carne e habitou entre nós.
TERÇA | Jo 1.12 João apresenta o Filho de Deus como o Salvador.
QUARTA | Jo 8.11 O Filho de Deus ensinou sobre o perdão.
QUINTA | Jo 3.16 Quem crer no Filho tem a vida eterna.
SEXTA | Jo 1.2 O Filho de Deus estava no princípio com o Pai.
SÁBADO | CI 1.17 O Filho de Deus é antes de todas as coisas.

🙏

MOTIVO DE ORAÇÃO

Ore para que mais pessoas reconheçam o Filho de Deus como o único Salvador.

INTRODUÇÃO 📃

O Evangelho de João se destaca dos demais por se aprofundar em temas teológicos, pois enfatiza a divindade de Cristo nos registros dos milagres e ensinos mais do que os outros Evangelhos. Veremos um pouco dos contextos histórico e religioso do tempo em que o Evangelho de João foi escrito, além do propósito que o apóstolo expressou (Jo 20.31).

PONTO DE PARTIDA:  Jesus Filho Cristo é o de Deus.

1 – O contexto histórico

O Evangelho de João foi provavelmente escrito entre os anos 90 e 100 d.C., em um contexto histórico marcado pela crescente separação entre os cristãos e os judeus. O Apóstolo João teria escrito para fortalecer a  dos cristãos diante das dificuldades e dos muitos debates com as autoridades das sinagogas.

1.1. A autoria material do Evangelho.

Os pais da Igreja, como Eusébio, Clemente de Alexandria, Irineu de LyonTeófilo de Antioquia e Policarpo concordam sobre a autoria do Evangelho de João ser do próprio João, que se refere a si mesmo como “o discípulo amado” ou “o discípulo a quem Jesus amava” (Jo 13.23; 19.26, 20.2; 21.7,20). João finaliza seu Evangelho como aquele que “testifica” estas coisas e as escreveu Jo (21.24). Portanto, é razoável supor que o Apóstolo João seja o autor do livro que leva o seu nome.

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal (2021, p.480): “Alguém poderia antever que uma pessoa com a personalidade de João destruir-se-ia. Tal pessoa certamente morreria em briga ou choque com o governo de Roma. No mínimo, seria expulso da igreja por ser ambicioso e sedento de poder. Mas esse não era o caso. João transformou-se em alguém poderoso, mas gentil; franco, mas amável; corajoso, porém humilde. Não existe nenhum acontecimento que possa explicar a transformação de João, deve ter sido consequência da companhia de Jesus, de ser aceito, amado e reconhecido pelo Senhor, e também de ter sido cheio do Espírito Santo. João estava tão dominado por Jesus que sequer mencionou seu nome no Evangelho de sua autoria. Ao invés disso, descreveu sua pessoa como “aquele a quem Jesus amava” (Jo 13.23; 19.26; 20.2; 21.20,24)”.

Comentário🤓

A autoria joanina do quarto Evangelho não é apenas uma tradição da Igreja, mas um testemunho respaldado por gerações de homens cheios do Espírito, que reconheceram na narrativa o eco da voz de um apóstolo transformado pela glória de Cristo. João, o discípulo amado, não apenas caminhou com o Mestre — ele foi moldado por Ele. Seu Evangelho nasce de uma experiência íntima, direta, penetrante com Jesus, o Filho de Deus, o Verbo feito carne.

O Evangelho do Filho de Deus – A Revelação da Luz ao Mundo é, em sua essência, uma proclamação da eternidade invadindo o tempo. O contexto de perseguição e ruptura entre os judeus e os cristãos serve apenas de pano de fundo para destacar a revelação gloriosa: Jesus é o Cristo, a Luz verdadeira que vinda ao mundo, ilumina todo homem (Jo 1.9). A igreja, já perseguida e dispersa, precisava de uma reafirmação firme e profunda da identidade de Jesus — e João a oferece com poder espiritual e clareza teológica.

João não escreve como um filósofo nem como um político, mas como um testemunha ocular dominada pelo Espírito Santo. Sua vida foi radicalmente transformada — da impetuosidade para a profundidade, da ambição para o amor. E é exatamente isso que vemos refletido em sua narrativa: um Cristo que é a Palavra viva, que estava com Deus e era Deus (Jo 1.1), e que, ao descer, não trouxe apenas doutrina, mas luz, vida e graça sobre graça.

O Evangelho de João foi escrito para fortalecer os crentes da segunda geração, desafiados por heresias incipientes, perseguições e desânimo. Nesse cenário, o apóstolo eleva Cristo como a plena revelação do Pai e como a única esperança de vida eterna. Ele não apenas conta histórias — ele revela verdades eternas. A sua descrição de Jesus não tem o objetivo de emocionar, mas de convencer, converter e edificar.

Assim, compreender a autoria e o contexto histórico do Evangelho de João não é uma simples curiosidade acadêmica, mas uma chave espiritual para entender a urgência de sua mensagem: a Luz veio ao mundo, e todo aquele que a recebe se torna filho de Deus (Jo 1.12). É essa revelação que a Igreja deve continuar a proclamar com poder, fé e ousadia.

1.2. A data e o local.

O quarto Evangelho não contém citações exatas a respeito do local onde foi escrito nem quando isso aconteceu. Entretanto, de acordo com a tradição, estima-se que o livro tenha sido escrito na cidade de Éfeso, atual Turquia, entre os anos 90 e 100 d.C., ou seja, depois da destruição de Jerusalém, em 70 d.C., e antes do exílio de João na Ilha de Patmos.

Observa Hernandes Dias Lopes que: “É consenso entre os estudiosos conservadores, estribados nas evidências históricas, que João escreveu esse Evangelho da cidade de Éfeso, capital da Ásia Menor, onde morou por longos anos, pastoreou a maior igreja gentílica da época, liderou as igrejas da região e morreu já em avançada velhice, nos dias do imperador Trajano” (2015, p.15). ebdhoje.com.br

Para César Roza de Melo (2021): “Calcula-se que o Evangelho de João tenha sido escrito no fim do primeiro século da era cristã, por volta do ano 90 d.C., quando morava na cidade de Éfeso. Neste momento, além das perseguições, existiam muitas heresias sendo disseminadas, mormente sobre a vida de Cristo. João deixa claro sua intenção na parte final de seu Evangelho, ao dizer que os milagres e relatos de Jesus tinham a intenção de relembrar aos cristãos da fé. O estilo literário de João é de fácil entendimento, visto ter sido escrito num ambiente gentílico, pois seus relatos das festas e dos costumes de cunho judaico são explicados de maneira minuciosa”.

Comentário🤓

A data e o local da composição do Evangelho segundo João revelam não apenas um momento histórico, mas um propósito espiritual. Escrito entre 90 e 100 d.C., em Éfeso — coração pulsante da Ásia Menor — o Evangelho emerge como resposta pastoral e apologética diante de uma Igreja amadurecida, mas ameaçada. O templo em Jerusalém já havia sido destruído (70 d.C.); o judaísmo estava em reorganização, e o cristianismo enfrentava perseguições, além da infiltração de doutrinas heréticas, como o gnosticismo nascente.

João, o último dos apóstolos vivos, pastoreava não apenas uma comunidade, mas uma geração que não havia visto Jesus em carne. Ele escreve como aquele que carrega a memória viva do Verbo encarnado. Seu Evangelho não nasce do ímpeto da juventude, mas da profundidade espiritual amadurecida pelo tempo, pela perseguição e pela revelação.

Éfeso, onde João habitava, não era um local qualquer. Era a capital da Ásia Menor, uma metrópole multicultural e religiosamente plural. Ali, onde cultos pagãos floresciam, João proclama que “o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1.14). Seu Evangelho reflete um cuidado missionário e pedagógico: explica costumes judaicos, contextualiza festas e sinais, tornando a mensagem acessível aos gentios e às novas gerações da fé. Não é apenas uma obra evangelística — é um testemunho doutrinário contra os ataques à identidade e missão de Jesus.

O propósito joanino é claro e declarado: “Para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (Jo 20.31). João escreve à luz da eternidade, mas com os pés fincados numa realidade de combates espirituais. Seu Evangelho é um farol escatológico para tempos de trevas e confusão.

Por isso, ao refletirmos sobre o local e o período da escrita, compreendemos melhor a urgência do conteúdo: “O Evangelho do Filho de Deus – A Revelação da Luz ao Mundo” não é uma narrativa histórica apenas — é uma convocação à fé genuína, à permanência na verdade, e à rejeição de toda sombra doutrinária. É a luz de Cristo invadindo uma geração pressionada a apagar o brilho da graça. E João, em Éfeso, acende essa luz para que continue brilhando até a volta gloriosa do Senhor.

1.3. Os destinatários.

O Evangelho de João foi endereçado tanto aos judeus quanto aos gentios. Embora eles vivessem em um ambiente cercado pelo gnosticismo judaico, o desejo de João era apresentar Jesus como o Cristo, o Filho de Deus (Jo 3.16-18). Assim, quem cresse teria a vida em Seu nome (Jo 20.30,31).

Comentário MacArthur (2019, p.1301): “João escreveu para convencer seus leitores acerca da verdadeira identidade de Jesus. De acordo com os propósitos evangelísticos e apologéticos de João, a mensagem geral do Evangelho é encontrada em 20.31: Jesus é o Cristo, o Filho de Deus”. Portanto, o livro foca na Pessoa e na Obra de Cristo. Os versos 30 e 31 recebem ênfase constante ao longo do Evangelho de João para reforçar a salvação que Ele oferece. Resumindo, o Evangelho de João se concentra: (1) em Jesus como a Palavra, o Messias e o Filho de Deus; (2) nAquele que traz o dom da salvação à humanidade; (3) no que tanto aceita quanto rejeita a oferta.

Comentário🤓

O propósito do Evangelho de João, ao abordar tanto judeus quanto gentios como seus destinatários, revela sua natureza universal e atemporal. Num ambiente profundamente marcado pela influência do gnosticismo judaico e pelas tensões entre tradição e revelação, João apresenta Jesus como o Cristo, o Filho de Deus, aquele que transcende categorias humanas e religiosas para se revelar como o Verbo eterno encarnado (Jo 1.1,14).

João escreve com clareza e profundidade, buscando convencer os seus leitores de que a fé em Jesus não é uma alternativa entre muitas, mas a única via para a salvação. Ele não apenas apresenta fatos sobre Cristo — ele proclama verdades que exigem decisão. O foco de sua narrativa é Jesus como a plena revelação de Deus, o cumprimento das promessas messiânicas feitas aos judeus, e a luz que ilumina todos os povos (Jo 1.9).

Ao declarar que “estas coisas foram escritas para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus” (Jo 20.31), João sintetiza seu propósito evangelístico e apologético. Seu Evangelho combate diretamente os ensinos gnósticos, que negavam a encarnação de Cristo, e ao mesmo tempo, corrige o formalismo religioso dos judeus, ao mostrar que a salvação não vem por linhagem, ritos ou tradição, mas pela fé no Filho unigênito (Jo 3.16-18).

Além disso, João distingue seu Evangelho ao priorizar a relação pessoal com Cristo, mais do que discursos teológicos sistemáticos. A ênfase em sinais (milagres) visa despertar fé (Jo 2.11; 4.48; 6.26), e a repetição do chamado à vida eterna aponta para a urgência da mensagem. Ele apresenta a fé cristã como resposta a uma revelação, não como mera adesão intelectual, e a vida eterna como presente experiencial, não apenas promessa futura.

Dessa forma, ao escrever para judeus e gentios, João levanta o estandarte da verdade: Jesus é o Cristo, não apenas um profeta ou mestre, mas o Deus encarnado, que veio para tirar o pecado do mundo (Jo 1.29). Rejeitá-lo é permanecer em trevas; aceitá-lo é entrar na luz e viver. É essa mensagem, central e incontornável, que torna “O Evangelho do Filho de Deus – A Revelação da Luz ao Mundo” tão urgente e transformador para todas as épocas.

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EU ENSINEI QUE

É razoável supor que o Apóstolo João seja o autor do livro que leva o seu nome.

2- O contexto religioso

O Evangelho Joanino está entre registros do final do primeiro século os do cristianismo, num tempo de crescente oposição aos cristãos, apostasia e disputas sobre a natureza de Jesus Cristo (Jo 15.20). Naqueles dias, os cristãos sofriam afrontas e perseguição por parte dos judeus, do helenismo e do gnosticismo.

2.1. O judaísmo e o cristianismo.

O movimento judaizante fez uso de muitos meios para tentar atingir o cristianismo com suas perspicazes manifestações. Os Evangelhos nos mostram as constantes críticas da liderança religiosa judaica contra o discurso de Jesus e alguns comportamentos dos que O seguiam ou foram beneficiados por Suas ações (Jo 5.10; 8.7). Ao dizer: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim”, Jo 14.6, Jesus recusou o ensinamento judaico de que nenhum homem pode ser intermediário entre o Criador e os seres humanos. Os judaizantes condicionavam a salvação à observância da Lei Mosaica (At 15.1-5). Para eles, manter-se fiel à identidade judaica era mais importante que professar a fé em Jesus Cristo.

F.F.Bruce (2012, pp.1112,1113): “Durante o tempo do ministério de Cristo, o povo judeu estava chegando no limite. (…) Há amplas evidências de que a maioria da terra e do comércio estava nas mãos de uma parcela relativamente pequena da população, que normalmente usava a sua posição com pouca humanidade (Tg 2.6; 5.1-6). Os judeus tiveram que escolher entre a jovem igreja com sua mensagem de um Messias crucificado e ressuscitado e os fariseus com o seu culto da Lei”.

Comentário🤓

Evangelho de João, ao ser redigido em um contexto de tensão entre cristãos e judeus, se ergue como uma defesa firme da identidade divina de Jesus Cristo e da salvação exclusiva por meio dEle. O contexto religioso do final do primeiro século estava permeado por uma oposição feroz ao cristianismo nascente, e os judaizantes foram um dos principais agentes dessa resistência.

A afirmação de Jesus em João 14.6 — “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” — não era apenas uma declaração teológica, mas um rompimento radical com o sistema religioso vigente. Ele desafiava diretamente o monopólio espiritual da liderança judaica, que subordinava a salvação à observância da Lei Mosaica, aos rituais do templo e à identidade étnica.

O Evangelho do Filho de Deus é, portanto, revolucionário e escandaloso: proclama que a reconciliação com Deus não passa mais por ritos ou mediações humanas, mas por fé no Verbo encarnado. João deixa claro que a oposição a Cristo não é apenas cultural ou política, mas espiritual: os que rejeitam a luz o fazem porque suas obras são más (Jo 3.19).

A crítica do Evangelho à hipocrisia legalista dos fariseus e saduceus ecoa as palavras proféticas de Isaías: “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim” (Mt 15.8). O confronto entre o sistema mosaico decaído e a Nova Aliança revelada em Cristo marca o tom do evangelho joanino. João não suaviza a tensão, pelo contrário, acentua o contraste entre luz e trevas, verdade e mentira, vida e morte, mostrando que a fé em Jesus é o divisor de águas para todos os homens, inclusive os judeus.

Assim, o contexto religioso em que João escreve serve como pano de fundo dramático para uma mensagem poderosa: em meio à apostasia, tradições mortas e perseguição, brilha a luz do Evangelho de Cristo — o Verbo eterno, cheio de graça e de verdade. Ele não apenas revela o Pai, mas também exige decisão: crer e viver ou rejeitar e perecer (Jo 3.36).

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2.2. O helenismo e o cristianismo

Posteriormente à morte do Filho de Deus, surgiram diferentes ideias sobre Sua real missão, o que gerou divisões entre alguns grupos que entendiam a mensagem do Evangelho de modo distinto. O helenismo foi considerado uma religião pagã, que se opunha ao cristianismo. Esse grupo possuía uma inquietação filosófica quanto ao sentido da vida e à felicidade do indivíduo em um mundo incerto. As Escrituras nos alertam contra todas essas filosofias: “Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vās sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo”, Cl 2.8.

Dicionário Bíblico Wycliffe (2009, p.882): “Tem sido discutido que os ‘gregos’ eram um grupo religioso no judaísmo, contrários ao Templo e seus cultos sacrificiais, e que era assim chamado por seus adversários. O termo ‘gregos’ aparece apenas na primeira metade de Atos, refletindo a tradição palestina”.

Comentário🤓

helenismo, como cosmovisão dominante no mundo greco-romano, exerceu profunda influência cultural, filosófica e até mesmo espiritual nos primeiros séculos da era cristã. Seu confronto com o cristianismo não foi superficial, mas tocou o cerne da fé bíblica: a revelação divina e a centralidade de Cristo.

Enquanto o Evangelho do Filho de Deus – A Revelação da Luz ao Mundo – afirma que a verdade eterna se fez carne em Jesus (Jo 1.14), o helenismo, com suas correntes filosóficas dualistas, como o platonismo e o estoicismo, reduzia a matéria a algo inferior ou maligno, exaltando o mundo das ideias como verdadeiro. Esse contraste torna o prólogo joanino ainda mais impactante: o Logos eterno, a razão criadora do universo, se encarnou, habitou entre nós, tocou a humanidade — algo inaceitável para a mente helenista.

O apóstolo Paulo, escrevendo aos colossenses, alerta contra a sedução dessas “vãs filosofias”, que mascaram sua oposição a Cristo com aparência de sabedoria (Cl 2.8). É exatamente esse o perigo que João também combate: uma fé deformada por conceitos filosóficos humanos que negam a realidade da encarnação, da cruz e da ressurreição.

O Evangelho joanino se posiciona como antídoto à diluição helenista da fé. Enquanto os gregos buscavam o saber abstrato, João apresenta a revelação viva de Deus. A verdade não é um conceito, é uma pessoa — Jesus. O “grego” mencionado no início de Atos (At 6.1; 11.20) simboliza essa tensão: judeus helenistas que, mesmo crendo, carregavam resquícios de uma visão grega da realidade, necessitando de um alinhamento pleno com o Evangelho.

A mensagem é clara: não basta crer em Jesus como um mestre iluminado ou símbolo da razão cósmica, é necessário reconhecê-lo como o Verbo eterno que se fez carne, como o Cordeiro que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). O Evangelho de João, portanto, não apenas revela a luz ao mundo, mas denuncia as trevas da especulação filosófica que tenta substituir a verdade da cruz.

2.3. O gnosticismo e o cristianismo.

A Igreja Primitiva teve que lidar com uma doutrina danosa à fé cristã: o gnosticismo. Além da contínua oposição da religião judaica, a Igreja, ainda nos tempos apostólicos, já enfrentava algumas heresias, em especial o gnosticismo, que afirmava que a matéria era má e o espírito bom. Segundo essa crença, o Filho de Deus, por ser bom, não poderia residir em um corpo físico mau. Isso levou João a combater os gnósticos com ímpeto (1Jo 2.23; 4.2,3,15).

César Roza de Melo (2021): “Neste momento, além das perseguições, existiam muitas heresias sendo disseminadas, mormente sobre a vida de Cristo. João deixa bem claro sua intenção na parte final de seu Evangelho, ao dizer que os milagres e relatos de Jesus tinham a intenção de relembrar aos cristãos os fundamentos cristocêntri-cos da fé”.

Comentário🤓

A ameaça do gnosticismo no contexto da redação do Evangelho de João exigiu uma resposta firme e clara, e João, inspirado pelo Espírito Santo, a oferece de maneira poderosa. O gnosticismo ensinava que o mundo material era essencialmente mau, e que apenas o mundo espiritual era puro. A partir dessa base falsa, os gnósticos negavam a encarnação literal de Jesus Cristo, alegando que o Filho de Deus jamais poderia habitar um corpo físico.

O Evangelho do Filho de Deus – A Revelação da Luz ao Mundo – surge, assim, como um contraponto direto a essa heresia. João inicia seu evangelho com uma declaração teológica inegociável:

E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1.14).

Essa afirmação derruba completamente a doutrina gnóstica, pois declara que o eterno Logos, o Verbo de Deus, assumiu a forma humana, sem jamais perder sua divindade. Para João, negar essa verdade era negar o próprio coração do Evangelho. Por isso, mais tarde, ele reafirma com veemência em suas epístolas:

“Todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne, não é de Deus…” (1Jo 4.3).

O gnosticismo, portanto, atacava o fundamento da fé cristã: a encarnação, a cruz e a ressurreição. Era uma fé mistificada, elitista, baseada em “conhecimento secreto” – em contraste direto com a salvação pela fé em Cristo, revelada a todos os que creem (Jo 3.16). João deixa claro que os sinais e palavras de Jesus foram registrados para gerar fé, e não para alimentar especulações filosóficas:

“Estes foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus…” (Jo 20.31).

Ao combater o gnosticismo, João defende não apenas a ortodoxia doutrinária, mas a própria experiência cristã autêntica, baseada na encarnação, no sangue derramado e na vida eterna em comunhão com o Deus vivo.

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EU ENSINEI QUE

A Igreja Primitiva teve que lidar com uma doutrina danosa à fé cristã: o gnosticismo.

3 – O propósito

O Apóstolo João declarou claramente o propósito do seu Evangelho: “Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome”, Jo 20.31.

3.1. Um Evangelho distinto dos demais.

O Evangelho de João nos é apresentado após os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, conhecidos como Evangelhos Sinóticos. Eles são assim chamados por partilhar uma composição história semelhante e conter relatos em comum. João seguiu um caminho diferente dos outros evangelistas, pois seu relato visa despertar e nutrir a fé do povo, apresentando Jesus como o Filho de Deus que se fez carne (Jo 1.1,14).

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal (2021, p.483): “Ele descreveu muitos incidentes da vida de Cristo que não estão registrados nos outros Evangelhos. Esses Eventos incluem: a declaração de João Batista de que Jesus é o Messias, a transformação da água em vinho, a visita feita por Nicodemos a Jesus durante a noite, a conversa de Jesus com a mulher samaritana junto ao poço, a cura do filho do oficial romano, a cura do homem aleijado junto à fonte, Jesus sendo ridicularizado por seus irmãos, a cura do homem cego de nascença, a ressurreição de Lázaro, Jesus ensinando sobre o Espírito Santo e sobre a vinha e os ramos, Jesus aparecendo a Tomé e o restabelecimento de Pedro depois da ressurreição”.

Comentário🤓

O propósito declarado por João — “para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus” (Jo 20.31) — revela o cerne evangelístico e doutrinário do seu Evangelho. João não escreve apenas como um historiador, mas como um testemunho ocular que deseja gerar fé salvadora no coração dos seus leitores. Ele não foca em quantidade de eventos, mas na profundidade espiritual de cada episódio narrado, construindo uma narrativa teológica, cristocêntrica e transformadora.

O Evangelho do Filho de Deus – A Revelação da Luz ao Mundo é uma obra única em seu gênero. João não pretende apenas relatar os atos de Jesus, mas apresentar a revelação progressiva da glória divina manifestada em Cristo. Por isso, ao contrário dos Sinóticos, João omitiu certos aspectos cronológicos e milagres repetidos, e preferiu destacar sinais que apontam diretamente para a identidade messiânica de Jesus (Jo 2.11; 4.54; 5.36; 6.14; 9.16; 11.47; 20.30).

O seu foco não é construir uma biografia de Jesus, mas exaltar a natureza divina do Verbo encarnado. A abertura com “No princípio era o Verbo…” (Jo 1.1) não é apenas poética, mas uma afirmação categórica da eternidade de Cristo, em contraste direto com qualquer visão reduzida do Salvador, como defendiam gnósticos, judeus ou romanos.

João apresenta Jesus como o Verbo eterno (Jo 1.1), o Cordeiro de Deus (Jo 1.29), o Messias esperado (Jo 4.26), o Pão da Vida (Jo 6.35), a Luz do Mundo (Jo 8.12), o Bom Pastor (Jo 10.11), o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14.6), e a Videira Verdadeira (Jo 15.1). Cada um desses títulos desmascara heresias e edifica os crentes na fé verdadeira.

Em um mundo fragmentado por filosofias e religiões confusas, João escreve para que o povo conheça o único que tem palavras de vida eterna (Jo 6.68). Seu Evangelho é mais que um livro histórico; é uma convocação à fé salvadora, à comunhão espiritual e ao discipulado genuíno com o Filho de Deus.

3.2. A teologia joanina.

Logo no início de seu Evangelho, João identifica Jesus como “o Verbo” e afirma que “o Verbo era Deus” (Jo 1.1), revelando a divindade e a verdadeira identidade de Jesus. As mensagens principais do Evangelho de João são: Jesus Cristo, o Filho de Deus; fé; o outro Consolador; morte; ressurreição e vida eterna. Ao ler o relato de João, notamos que a relação entre a fé e a vida eterna estão contidas na teologia Joanina. No que se refere à teologia, João se diz testemunha dos milagres registrados em seu Evangelho e testifica que Jesus é o Filho de Deus (Jo 20.31).

Bíblia de Estudo Wiersbe (2016, p.1639): “Testemunho é um tema central no Evangelho de João. A palavra ‘testemunhar’ e suas variações são usadas mais de trinta vezes, além de seu sinônimo ‘testificar’. Conforme se aproxima do fim de seu livro, João, novamente, afirma a credibilidade de seu testemunho. O livro termina com Pedro e João seguindo juntos, mostrando que João mesmo testemunhou os eventos que registrou para nós, conforme guiado pelo Espírito Santo”.

Comentário🤓

A teologia joanina apresenta um dos retratos mais elevados e espiritualmente profundos da pessoa de Jesus Cristo nas Escrituras. João inicia seu Evangelho não com uma genealogia humana, como Mateus ou Lucas, mas com uma declaração atemporal e cósmica“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1.1). Essa introdução é uma afirmação incontestável da divindade de Cristo, combatendo diretamente as heresias que surgiam no primeiro século, especialmente o gnosticismo e os ensinos judaizantes.

Ao identificar Jesus como o Verbo (Logos), João estabelece que Ele é o agente da criação, a revelação perfeita do Pai e a encarnação da verdade divina. A centralidade da fé em seu Evangelho não se limita a uma crença intelectual, mas a uma experiência transformadora que gera vida eterna. Em João, crer é viver. A fé não é apenas uma resposta ao milagre, mas o próprio meio pelo qual se tem acesso à salvação (Jo 3.16; 5.24; 11.25-26).

Outro pilar teológico é a ação do Espírito Santo como o “outro Consolador” (Jo 14.16), aquele que permaneceria com os discípulos após a partida de Cristo. A doutrina joanina do Espírito não é meramente doutrinária, mas vivencial. Ele guia, convence, ensina e revela a glória de Cristo, sendo essencial à continuidade da missão da Igreja.

O testemunho — outra ênfase destacada — é apresentado como base da fé cristã. João não se coloca como teórico, mas como testemunha ocular (“Aquele que viu isso testificou, e o seu testemunho é verdadeiro”, Jo 19.35). Seu Evangelho é permeado de testemunhos: de João Batista, dos discípulos, das multidões, do Pai, das Escrituras e do próprio Cristo. Todos esses testemunhos convergem para uma única verdade: Jesus é o Filho de Deus.

A teologia joanina é, portanto, experiencial, espiritual e cristocêntrica. Ela convida o leitor a crer no Filho para ter vida, a reconhecer a obra do Espírito e a caminhar em verdade. O objetivo não é apenas informar, mas transformar o coração pela fé no Cristo vivo e glorificado.

3.3. João nos ensina a evangelizar.

João 3.16 talvez seja o texto mais conhecido e usado na evangelização. Neste evangelho, podemos aprender muito sobre o modelo de Jesus para o evangelismo pessoal, como: a quebra do preconceito social (Jo 4.16-18), o valor do perdão (Jo 8.11) e o seu profundo amor pelos perdidos (Jo 1.11).

Bispo Primaz Manoel Ferreira (2016): “A profunda visão e compaixão de Jesus do estado espiritual dos filhos de Israel em Seus dias, fez com que Ele convocasse a Seus discípulos. Dentre tantos discípulos, chamou a si doze, para que estivessem com Ele e pudessem receber treinamento. Este é um grande princípio multiplicador utilizado por Jesus, pois, ao formar seis duplas e espalhá-las pelas cidades e povoados com a mesma mensagem que pregava, dava mais oportunidade às pessoas de ouvi-la”.

Comentário🤓

Evangelho de João não apenas apresenta as doutrinas fundamentais da fé cristã, mas também fornece um modelo extraordinário de evangelismo relacional e eficaz, centrado na compaixão e na verdade. João 3.16 — “Porque Deus amou o mundo de tal maneira…” — é, sem dúvida, a mensagem-síntese do coração do Pai, revelada por meio do Filho e perpetuada pelo Espírito. Esse versículo resume o cerne da missão evangelística: amor, entrega, fé e vida eterna.

Ao registrar encontros marcantes como o de Jesus com a mulher samaritana (Jo 4), João revela um método evangelístico que quebra barreiras étnicas, sociais e morais. Jesus inicia o diálogo não com condenação, mas com empatia e sede — um símbolo do desejo de salvação para todos. Ele expõe a verdade sem agredir, revelando Seu senhorio e, ao mesmo tempo, restaurando a dignidade da pecadora. Este é um modelo evangelístico pentecostal por excelência: cheio do Espírito, mas guiado pelo amor e discernimento.

Em João 8, vemos Jesus diante da mulher apanhada em adultério. Sua palavra “Nem eu te condeno; vai e não peques mais” (v.11) demonstra o equilíbrio entre graça e verdade, aspecto vital para a evangelização. O verdadeiro evangelismo não ignora o pecado, mas oferece perdão e transformação. A Igreja, como corpo de Cristo, deve seguir esse padrão: acolher o pecador com amor, conduzi-lo à verdade e oferecer a possibilidade de uma nova vida em Cristo.

Além disso, João destaca o amor de Jesus pelos excluídos, rejeitados e perdidos. Ele veio “para o que era seu” (Jo 1.11), mesmo sabendo que seria rejeitado. Esse amor incondicional deve motivar cada crente a evangelizar. O envio dos doze, mencionado pelo Bispo Manoel Ferreira, reflete essa estratégia multiplicadora de Cristo: investir em pessoas para que estas alcancem outras, levando a mesma mensagem que transforma.

Evangelizar à luz do Evangelho de João é mais do que transmitir informação religiosa; é compartilhar a vida de Cristo com graça, verdade, poder e amor. É apresentar o Filho de Deus como a verdadeira luz que ilumina todo homem (Jo 1.9), convidando cada pessoa a sair das trevas para a maravilhosa luz.

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EU ENSINEI QUE

O Apóstolo João declara a Jesus como o Filho de Deus (Jo 1.1,2), revelando a divindade e a verdadeira identidade de Jesus.

CONCLUSÃO

O Evangelho de João revela que Jesus Cristo é a maior revelação de Deus (Jo 10.30; 14.9) e que o nosso relacionamento com Deus passa, necessariamente, por nosso relacionamento com Jesus Cristo (Jo 8.19, 42; 14.6). Louvemos ao Senhor pela preciosidade da mensagem deste Evangelho ter chegado até nós e podermos desfrutar da vida em Cristo Jesus.

❓5 Perguntas Frequentes sobre o tema

Perguntas Frequentes sobre O Evangelho do Filho de Deus

1. Qual é a mensagem central do Evangelho de João?

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2. Como o Evangelho de João aborda o evangelismo relacional?

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3. Qual o significado de João 1.9 para a evangelização hoje?

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4. Como Jesus equilibrou graça e verdade em João 8 (a mulher adúltera)?

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5. Por que o relacionamento com Cristo é essencial segundo João 14.6?

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