Lição 02 - O Falso Evangelho | Jovens CPAD 3º trimestre 2025
📖 Lição 02 – O Falso Evangelho
A Lição 02 CPAD Jovens 3 Trimestre 2025 alerta sobre O Falso Evangelho que ameaçava os gálatas, destacando o zelo apostólico de Paulo ao defender a pureza da fé cristã em Jesus Cristo.
Resumo da Lição 02 Jovens CPAD 3 trimestre 2025
A Lição 02 da EBD Jovens CPAD 3 trimestre 2025 nos mostra que Paulo repreende os gálatas por aceitarem um evangelho diferente do que haviam recebido. Ele revela o perigo espiritual da distorção da graça, denunciando qualquer mensagem que substitua a fé em Cristo por méritos humanos como um anátema — maldição. A verdadeira fé agrada a Deus, e não aos homens.
📖 O que você vai aprender:
- A indignação de Paulo diante da rápida aceitação de um evangelho distorcido pelos crentes da Galácia.
- O que significa “anátema”, e por que Paulo declara maldito quem prega outro evangelho.
- A diferença entre agradar a Deus e aos homens, refletindo sobre o compromisso com a verdade
TEXTO PRINCIPAL
“Assim como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo: se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema.” (Gl 1.9)
RESUMO DA LIÇÃO
Nem toda mensagem aparentemente cristã é verdadeiramente vinda de Deus.
LEITURA SEMANAL 📅
SEGUNDA – Tt 2.11 A graça se manifestou a todos os homens
TERÇA – Rm 6.14 Debaixo da graça de Deus
QUARTA – Gl 1.6 A falta de constância no Evangelho
QUINTA – Cl 2.2 O Morto para a Lei, vivo para Deus
SEXTA – 2Pe 2.1 O cuidado com os falsos mestres
SÁBADO – Gl 3.13 “Cristo nos resgatou da maldição da lei”
OBJETIVOS
MOSTRAR a surpresa de Paulo diante dos irmãos gálatas;
COMPREENDER o que é anátema;
REFLETIR a respeito do agradar a Deus e não aos homens.
INTERAÇÃO
🧑🏽🎓Prezado(a) professor(a), nesta segunda lição, veremos que Paulo vai apontar aos seus leitores o caminho errado que eles estavam trilhando. Os gálatas estavam dando ouvidos a uma mensagem doutrinária errada e não tinham mais condições de discernir entre o que era certo aos olhos de Deus. Estavam sendo conduzidos a uma falsa doutrina que era contrária ao Evangelho e o que haviam aprendido.
Paulo os exorta que ainda que um anjo viesse do céu com uma mensagem parecida, eles não deveriam aceitar. Aproveite a lição e mostre aos seus alunos que precisamos ter cuidado com ventos de doutrina que se aproximam de nossas congregações, tentando afastar os irmãos da verdadeira prática da Palavra de Deus.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), escreva no quadro a seguinte expressão: “tão depressa”. Em seguida, faça a seguinte pergunta:
🤔“Essa expressão tem alguma relação com a lição deste domingo?”
Incentive a participação dos alunos e ouça-os com atenção.
Depois explique que Paulo usou essa expressão para marcar a inconstância dos gálatas e o pouco tempo que levaram para ser convencidos de uma outra doutrina. Diga que, na atualidade, muitos crentes também são atraídos por novos ensinos, e que, com facilidade, se deixam levar por doutrinas que nada tem de respaldo nas Escrituras.
Peça que citem algumas dessas doutrinas, como por exemplo, a doutrina da prosperidade. Mostre que o crente não deve ter pouca firmeza no que aprende. Ele precisa ser capaz de julgar uma doutrina como errada ou certa, Precisamos estar firmes no exercício da verdade.
TEXTO BÍBLICO📖
Gálatas 1.6-10
6 – Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho,
7 – o qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo.
8 – Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.
9 – Assim como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-to digo: se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema.
10 – Porque persuado eu agora a homens ou a Deus? Ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo.
INTRODUÇÃO
Após se apresentar como remetente da Carta aos Gálatas, identificando-se como apóstolo da parte de Deus, e mencionando que Jesus Cristo ressuscitou dentre os mortos, Paulo passa diretamente ao assunto que pretende tratar com os irmãos: a incursão de ideias e práticas judaizantes na comunidade dos santos, e as consequências dessas ideias na vida dos irmãos.
I – UM APÓSTOLO SURPRESO
1 – Paulo se mostra impressionado.
O apóstolo Paulo se declara surpreso com os irmãos Gálatas. Os leitores dessa Carta eram pessoas que já haviam aceitado a Jesus. Já conheciam o Evangelho e já haviam experimentado o arrependimento e o perdão dos pecados, mas estavam trilhando uma rota não planejada por Deus. Ele escreve ‘Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho”. (Gl 1.6).
O espanto de Paulo não foi advindo de milagres acontecendo naquelas igrejas, ou de conversão de pagãos ou mesmo por pessoas estarem sendo cheias do Espírito. O que deixou Paulo espantado foi não só o fato de os gálatas atentarem para um Evangelho diferente do que ele havia pregado, mas também pelo fato de que esse “novo evangelho” incentivava os gálatas a desconsiderarem a graça e tentarem, por meio de obras, pagar uma dívida que eles jamais quitaram, Paulo destaca a expressão “tão depressa” para marcar não só a inconstância dos gálatas, mas também o pouco tempo que levaram para ser convencidos de uma outra doutrina.
Não deve nos espantar que entre o povo de Deus haja pessoas que sejam atraídas por novos ensinos, e que com facilidade se deixem levar por doutrinas que nada tem de respaldo nas Escrituras. A pouca firmeza no que tinham aprendido e a incapacidade de julgarem uma doutrina como errada nos serve de exemplo para que nos firmemos no exercício da verdade.
Comentário🤓
A reação de Paulo diante da situação dos gálatas revela o zelo inegociável pela pureza do Evangelho de Cristo. Sua surpresa não é resultado de perseguições externas, mas do abandono interno da verdade. Ele se espanta com a rapidez da transição dos gálatas — da graça para O Falso Evangelho — denunciando o perigo da inconstância espiritual e da facilidade com que muitos são seduzidos por doutrinas estranhas.
Essa situação nos faz refletir sobre a fragilidade de uma fé que não está fundamentada nas Escrituras e na obra completa de Cristo. O termo “tão depressa” denuncia a falta de maturidade e vigilância espiritual de quem, tendo provado a graça, ainda se inclina às obras como meio de justificação. Não há Evangelho sem cruz, nem salvação sem fé. Qualquer doutrina que dilua a centralidade de Cristo, mesmo que sutil, é anátema.
O verdadeiro Evangelho é eterno, inalterável e sempre centrado em Jesus. Diante do Falso Evangelho, cabe à Igreja se posicionar com firmeza, discernimento e ousadia, sem ceder ao apelo do legalismo moderno nem às mensagens agradáveis aos ouvidos, mas vazias de vida e verdade.
2 – Da graça para a lei.
A surpresa de Paulo se dá por causa da mudança que os gálatas fizeram, de passarem da graça de Deus para a Lei de Moisés, Como isso se deu? Eles receberam um ensino em que, para que pudessem realmente ser salvos, deveriam ser circuncidados e seguir a lei dada aos hebreus por Deus, Bastou o apóstolo se afastar do convívio daqueles irmãos que logo eles deram crédito a outra pregação diferente da que haviam recebido originalmente. Como veremos, Paulo deixa implícito que a lei e a graça, em que pese serem expressões que remontam a história de Israel e o plano da Salvação, possuem atribuições diferentes.
Comentário🤓
O ensino que Paulo combate com veemência revela a sutileza com que O Falso Evangelho se infiltrava nas igrejas da Galácia: ele não negava diretamente a fé em Cristo, mas adicionava exigências humanas à obra redentora já consumada. Ao exigirem a circuncisão e a observância da Lei como complemento à fé, os judaizantes estavam anulando a suficiência da cruz. Era como se dissessem: “Jesus não é suficiente”.
Ao escrever aos gálatas, Paulo aponta que não se trata apenas de uma preferência doutrinária, mas de uma ruptura grave com a graça de Deus. A mudança não era pequena — eles estavam saindo da liberdade do Evangelho para os grilhões de um sistema incapaz de salvar. A graça é dom imerecido; a lei, espelho que mostra o pecado, mas não tem poder para removê-lo. Substituir a graça pela lei é trocar a vida pelo fardo, a fé pela métrica humana.
Esse retorno à lei é, na verdade, um abandono do Evangelho. Paulo não mede palavras: é outro evangelho, que não é outro, ou seja, trata-se de uma distorção, não de uma alternativa legítima. A verdade é singular e exclusiva, e toda tentativa de acrescentar exigências humanas à obra de Cristo é um ataque direto à suficiência do sacrifício do Cordeiro. Voltar à lei é desconsiderar a cruz.
3 – Outro Evangelho.
A palavra “outro”, na língua portuguesa, é um pronome indefinido utilizado de forma ampla, para designar algo ou alguma coisa que seja da mesma natureza, que seja semelhante, ou que seja de outra natureza. Para definir o exato significado, precisaremos saber o contexto em que essa palavra está sendo usada. Na língua grega, a palavra ‘outro’ tem duas percepções distintas, advindas igualmente de duas palavras apontadas: allos, que significa “outro da mesma espécie”, e heteros, “outro de outra espécie”.
Enquanto na primeira designação a opção apresentada é a de um objeto ou ser da mesma espécie, com possíveis variações, tais como um tigre e um leão, que mesmo sendo animais diferentes entre si, são felinos. Por sua vez, a palavra heteros, “outro” de outra espécie, tais como um cão e um gato. São seres criados, mas diferentes entre si por serem de espécies diferentes. Por isso Paulo comenta: “[…] para outro evangelho, o qual não é outro’ (Gl 1.6,7).
É possível que hoje sintamos a mesma surpresa com que o apóstolo se deparou ao saber da notícia da mudança daqueles irmãos. Mas mesmo em nossos dias, é possível ver irmãos na fé sendo convencidos por doutrinas que não foram ensinadas com a correta interpretação dos textos bíblicos, dando ouvidos a instruções que buscam acrescentar à Palavra o que ela não diz.
Os gálatas tinham sido evangelizados e ensinados por Paulo, e não perceberam que a mensagem dos judaizantes era um falso evangelho, Eles não negaram, oficialmente, o sacrifício de Jesus, mas acrescentaram argumentos que acharam guarida no pensamento daquelas igrejas. Era uma mensagem aparentemente piedosa, mas que negava a eficácia do Evangelho. Por meio desse ensino, a graça de Deus estava sendo questionada.
🤔PENSE! Pauto teve motivos para se impressionar com as gálatas?
✍️PONTO IMPORTANTE! PONTO IMPORTANTE! O espanto do apóstolo se refere à troca que os gálatas estavam fazendo de um Evangelho verdadeiro para um pseudo evangelho.
Comentário🤓
A força da expressão “outro evangelho” em Gálatas 1.6-7 não pode ser subestimada. O apóstolo Paulo, ao utilizar o termo heteros no original grego, deixa claro que o evangelho adotado pelos gálatas não era apenas uma variação inofensiva, mas de uma natureza totalmente diferente — um evangelho de outra espécie, alienígena à verdade revelada em Cristo.
A gravidade está justamente na sutileza: os judaizantes não pregavam um abandono explícito de Jesus, mas a reformulação do Evangelho, adicionando exigências legalistas à fé salvadora. Essa contaminação doutrinária travestida de piedade representava uma distorção letal da mensagem da cruz. Eles mantinham o nome de Cristo, mas esvaziavam a cruz do seu poder, como Paulo adverte em outras epístolas (1Co 1.17).
O problema de O Falso Evangelho é que ele se apresenta com aparência de verdade, mas é um sistema de méritos humanos travestido de espiritualidade. Quando a graça é diluída por obras, o Evangelho deixa de ser boa notícia para se tornar peso, exigência, condenação. É um retorno à escravidão religiosa, um retrocesso diante da liberdade conquistada por Cristo.
Paulo não admite neutralidade nesse assunto: não existe segundo evangelho. Existe o Evangelho da graça — e todo o resto é anátema. A igreja de hoje deve ouvir esse alerta com temor, pois o falso evangelho continua se apresentando com linguagem bíblica, mas com espírito estranho à cruz. Guardemos, pois, com zelo, o Evangelho puro, simples e salvador de nosso Senhor Jesus Cristo.
SUBSÍDIO 1
“Falsos professores tinham vindo à Galácia para tentar persuadir os gálatas a rejeitar o ensinamento de Paulo e aceitar ‘outro evangelho. A sua mensagem ensinava que a salvação espiritual e um relacionamento correto com Deus envolviam não apenas a fé em Cristo. mas também a integração com a fé dos judeus, por meio da circuncisão (5.2; veja Rm 2.29, nota; Fp 3.2), da obediência à lei (3.5) e da observância aos dias santos dos judeus (4.10).
(1) A Bíblia afirma claramente que há uma única mensagem verdadeira de salvação espiritual: “o evangelho de Cristo” (v. 7). Ele nos vem pela “revelação de Jesus Cristo” (v. 12) e pela inspiração do Espírito Santo. Este evangelho (as “boas-novas” e a verdadeira mensagem a respeito de Jesus) é definido e revelado na Bíblia, a Palavra escrita de Deus.
(2) Quaisquer ensinamentos, crenças ou ideias que se originem de pessoas, igrejas ou tradições e não estejam expressos ou implícitos da Palavra de Deus não fazem parte da verdadeira mensagem e não podem ser incluídos no evangelho de Cristo (v. 11). Mesclar essas noções e filosofias criadas pelo homem com a mensagem original de Jesus é ‘transtornar o evangelho de Cristo’ (v. 7).” (Bíblia de Estudo Pentecostal para Jovens. Rio de Janeiro: CPAD, 2023. p. 1624.)
II – O ANÁTEMA
1 – A inquietação dos gálatas.
Um falso ensino tem a capacidade de deixar as pessoas alvoroçadas e inquietas. Paulo usa as palavras “vos inquietam e querem transtornar” (v. 7) como um indicativo de que, enquanto seus leitores liam a Carta, provavelmente havia judaizantes entre eles. Um outro detalhe é que a mensagem deles deixava os gálatas inquietos, em vez de descansarem na graça de Deus, eles passaram a realizar obras da lei, sendo eles mesmos, gentios. Uma mensagem que alvoroça os crentes deve ser analisada com bastante cautela.
Comentário🤓
O apóstolo Paulo percebe a inquietação dos gálatas não apenas como um sintoma psicológico ou emocional, mas como um sinal espiritual alarmante. A mensagem que deveria gerar paz, segurança e confiança na obra consumada de Cristo estava sendo substituída por um sistema que impunha peso, insegurança e esforço humano — e isso gerava confusão. O falso ensino sempre inquieta, porque desloca o foco de Cristo para o homem, da fé para a performance, da graça para o mérito.
O verbo usado por Paulo — “inquietam” — revela um profundo abalo interior. Aqueles que haviam sido libertos agora estavam sendo transtornados, desestabilizados por doutrinas que contradiziam a suficiência da cruz. Um evangelho que tira o descanso da alma e planta dúvida quanto à salvação não pode vir de Deus. É, por definição, um engano.
Aqui se cumpre a astúcia de Satanás: semeia perturbação dentro da comunidade dos crentes, não necessariamente negando a Cristo, mas distorcendo sua mensagem. Os gálatas, sendo gentios, estavam sendo pressionados a assumir práticas judaicas como condição de salvação — algo que jamais foi exigido por Deus aos que creem no Evangelho. A inquietação, nesse caso, é fruto de um evangelho adulterado.
A lição é clara: toda doutrina que inquieta o espírito, colocando a salvação sob risco, mérito ou instabilidade humana, deve ser rejeitada como falsa. O verdadeiro Evangelho não inquieta — ele liberta, consola, afirma e dá paz ao coração.
2 – Ainda que um anjo do céu.
Os anjos são conhecidos na Palavra de Deus como mensageiros do Eterno para tratar de assuntos referentes aos seres humanos. Eles apareceram, no Antigo Testamento, a Abraão, a Josué, a Gideão, aos pais de Sansão e a Isaías. No Novo Testamento, apareceram à Maria, ao pai de João Batista, a Pedro e a Cornélio entre outros. A presença deles geralmente, nas Escrituras, é acompanhada de uma mensagem.
Paulo mesmo recebeu a visita de um anjo quando estava indo a Roma em um navio que estava afundando (At 27.23). Cornélio recebeu a visita de um anjo, cuja mensagem foi: “As tuas orações e as tuas esmolas têm subido para a memória diante de Deus” (At 10.4). “Procure por Pedro” (At 10.5). O anjo não falou de Jesus ou do Evangelho a Cornélio, mas lhe orientou a respeito de quem deveria chamar para ouvir as Boas-Novas.
Paulo deixa expresso que mesmo que um anjo, identificando-se como sendo enviado por Deus, venha apresentar uma mensagem diferente da sua, que seja considerado maldito. O apóstolo não teme usar esse adjetivo, pois sabe que a pureza do Evangelho está em jogo naquelas igrejas.
Comentário🤓
A severidade com que Paulo adverte os gálatas neste ponto é reveladora do peso doutrinário envolvido. Ao dizer “ainda que um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema”, o apóstolo não está exagerando — ele está protegendo o núcleo da fé cristã. Trata-se de uma declaração ousada, mas absolutamente necessária, pois o Evangelho não admite acréscimos nem alterações, nem mesmo por parte de seres celestiais.
Anjos são mensageiros poderosos de Deus, mas não estão acima do conteúdo do Evangelho revelado por Cristo. Paulo sabia que o engano espiritual pode vir disfarçado de glória e até mesmo parecer divinamente autorizado. Por isso, sua ênfase é clara: a autoridade do Evangelho está na revelação de Jesus Cristo, não na aparência do mensageiro. Se até mesmo um anjo pregasse algo diferente da justificação pela fé, ele deveria ser considerado maldito.
Essa advertência também é um escudo contra o misticismo e as revelações extra bíblicas. A igreja não pode ser guiada por visões, sonhos ou experiências espirituais que contradigam a mensagem da cruz. A verdade do Evangelho não muda com o tempo, nem com os sinais, nem com os sentimentos. É imutável, suficiente e definitiva.
Portanto, Paulo estabelece um princípio inegociável: não importa quem fala, importa o que se fala. Se a mensagem fere a graça de Deus, substitui a cruz por obras ou desloca a centralidade de Cristo, ela é anátema — ainda que venha das alturas.
3 – Anátema.
A palavra “anátema” é oriunda do hebraico herem, e pode ter dois sentidos: algo devotado a uma divindade, e ao mesmo tempo excluído da utilização humana, como o relatado em Josué 6.17. quando os despojos de Jericó deveriam ser separados para Deus, não não podendo ser usados pelos israelitas, ordem que não foi seguido por Acã. Esse anátema foi tão sério que Acă e sua família pagaram o preço da ganância com a vida. Mas o segundo sentido é mais radical, pois representa anathematizo, colocar debaixo de uma maldição. Mesmo que um anjo viesse até eles e lhes ensinasse um outro Evangelho, que fosse maldito e condenado.
🤔PENSE! Podemos dar ouvidos a toda mensagem, mesmo sendo aparentemente cristã, que chegue até nós?
✍️PONTO IMPORTANTE! Não. Precisamos de discernimento, sabedoria e conhecimento para não ser enganados como os gálatas.
Comentário🤓
Paulo não mede palavras ao utilizar o termo “anátema” — uma expressão carregada de juízo divino e separação absoluta. Essa palavra, derivada do hebraico herem e do grego anathematizó, denota algo que foi totalmente entregue à condenação, separado do uso comum, ou seja, algo que está sob maldição e destinado à destruição.
No contexto veterotestamentário, como em Josué 6.17, tudo aquilo que era devotado a Deus se tornava intocável ao homem. Quando Acã violou esse princípio e tomou para si o que era consagrado, o resultado foi trágico: não só ele, mas toda sua casa foi punida. Esse incidente ilustra a seriedade com que Deus trata o que Lhe é exclusivo. Anátema, portanto, não é apenas uma rejeição simbólica, mas uma sentença espiritual irreversível.
Quando Paulo diz que até um anjo seria “anátema” caso pregasse O Falso Evangelho, ele está mostrando que não há exceções nem imunidades quando se trata da pureza do Evangelho de Cristo. Quem prega um evangelho diferente — mesmo que pareça piedoso ou até milagroso — está rejeitando a obra da cruz e tornando-se inimigo da graça. O anátema é o selo da condenação eterna sobre toda falsificação da mensagem da salvação.
Essa palavra ecoa um alerta urgente: adulterar o Evangelho é tornar-se réu da ira divina. A graça não pode ser negociada, complementada ou corrompida por tradições humanas ou misticismos disfarçados de revelação. Por isso, devemos zelar com zelo santo pela sã doutrina, pois qualquer outro evangelho, ainda que disfarçado de luz, conduz à escuridão do juízo.
III. AGRADAR AOS HOMENS OU A DEUS
1 – Repetindo a advertência
Como o assunto é muito sério, Paulo repete a observação. Não poderia haver dúvidas sobre a força das palavras paulinas, pois o assunto era grave. O apóstolo menciona uma segunda vez essa mesma condenação no versículo 9. A repetição desses dizeres nos mostra o quão sério é deturpar os ensinos da Palavra de Deus. O “evangelho” dos judaizantes estavam afastando os irmãos do verdadeiro e os encaminhando para uma vida de legalismo, onde o homem acredita que pode ajudar Deus na salvação ou pode ele mesmo ser o seu Salvador.
Comentário🤓
A repetição feita por Paulo no versículo 9 não é mera ênfase retórica — é um alerta com peso eterno. O apóstolo não está lidando com um erro teológico qualquer, mas com a deturpação do Evangelho, que ameaça a essência da fé cristã: a salvação pela graça, mediante a fé, e não pelas obras da lei.
Quando Paulo repete a sentença de anátema, ele está deixando claro que não há espaço para concessões. Não importa a aparência de piedade de quem prega, nem sua influência ou eloquência; qualquer distorção da mensagem de Cristo é uma afronta direta ao plano divino da redenção. A doutrina dos judaizantes era, na prática, uma substituição da cruz por esforço humano, e isso é inaceitável à luz da verdade revelada.
O verdadeiro Evangelho exalta o que Deus fez por nós em Cristo; o falso evangelho exalta o que o homem pode fazer para se justificar diante de Deus, tornando a cruz sem efeito. É esse perigo que Paulo denuncia com veemência. Ao repetir a advertência, ele nos lembra que mexer com a doutrina da graça é mexer com o alicerce da salvação — e isso tem consequências eternas.
Portanto, rejeitar o falso evangelho não é apenas uma escolha doutrinária, é uma urgência espiritual. A repetição do anátema é a trombeta que convoca a Igreja a permanecer firme na verdade, sem negociar sua fé para agradar aos homens.
2 – O que agrada aos homens.
Paulo não se preocupa em falar palavras lisonjeiras para deixar seus leitores confortáveis diante do que estavam fazendo. Ele não estava tratando a respeito de boas práticas ou de um discurso protocolar, cabível em certas ocasiões mais formais. Ele estava tratando a respeito da salvação da alma dos gálatas. Os judaizantes bajulavam os gentios, e com palavras doces os desviavam dos caminhos do Senhor. As palavras de Paulo poderiam soar como amargas, mas era o remédio que os gálatas deveriam tomar.
Comentário🤓
Paulo denuncia a sedução do Falso Evangelho que agrada aos homens ao oferecer “palavras doces” em troca da verdade da cruz. Os judaizantes lisonjeavam os gálatas com promessas de justiça própria e pertencimento social, mas essa bajulação espiritual é veneno para a alma. A salvação não se constrói em elogios ou tradições humanas, mas na ruptura radical com todo mérito humano e na fé viva em Cristo crucificado. Essas “palavras suaves” desviam do caminho da graça e lançam o crente novamente sob o jugo da lei — um retrocesso à escravidão espiritual. Só a soberania do Evangelho puro, embora amargo aos ouvidos orgulhosos, traz o remédio liberador que cura o coração inquieto e fundamenta a vida na Rocha que jamais falha.
3 – O que agrada a Deus.
Como veremos, a preocupação de Paulo é agradar ao Senhor, por isso escreve a Carta aos Gálatas. Se fosse para agradar aos homens, ele poderia deixar a situação nas igrejas da Galácia correr sem qualquer interferência. O tempo certamente iria mudar o cenário, ou pioraria a situação. Mas ele entendeu que deveria ter uma participação ativa no resgate dos gálatas.
Paulo nem estava na Galácia, e poderia deixar o problema de lado, mas resolveu tratar o assunto a fim de que os irmãos não se perdessem. A obediência ao verdadeiro Evangelho agrada a Deus. Preservar as doutrinas bíblicas, de Deus, que recebemos, estudar e estar atentos para discernir quando um falso ensino tenta entrar na congregação, também agrada a Deus. Viver pela fé e não pelas nossas próprias obras, também agrada a Deus.
Algo que deve ser observado é que a deturpação dos falsos mestres, e por sua vez, o que desagradava a Deus, é que, na prática, os gálatas queriam “devolver” a Deus o favor, o presente que Ele lhes dera. Ele lhes entregara a Salvação pela graça, e eles queriam retribuir o favor divino por meio de uma vida que se baseava em obras humanas.
Comentário🤓
O que verdadeiramente agrada a Deus é a fidelidade à cruz e à suficiência da graça revelada no Evangelho do Filho de Deus. Paulo não escreve aos gálatas por vaidade ou por disputa doutrinária, mas por zelo santo diante da verdade eterna. Sua motivação não é a popularidade entre os homens, mas a preservação da fé genuína, que conduz à vida eterna. Ele entende que agradar a Deus exige coragem para confrontar o erro e compaixão para restaurar os que se desviaram.
Deus não se agrada de rituais vazios, nem de tentativas humanas de pagar o que foi dado gratuitamente. Quando o homem tenta devolver a Deus a salvação pela via das obras, insulta o dom da cruz. O favor divino não é moeda de troca — é graça imerecida! A obediência, o discernimento espiritual e a vigilância doutrinária são expressões de quem valoriza esse dom. A fé que agrada a Deus é aquela que descansa no sacrifício de Cristo e se rende totalmente à Sua Palavra, rejeitando qualquer mistura que adultere o poder transformador do Evangelho.
🤔PENSE! Importa agradar a Deus ou aos homens?
✍️PONTO IMPORTANTE! Importa sempre agradar a Deus fazendo a sua vontade que é boa, agradável e perfeita.
CONCLUSÃO
Nesta segunda lição, vimos que Paulo começa a apontar aos seus leitores o caminho que eles estavam trilhando: um caminho paralelo ao caminho do Evangelho. Eles estavam ouvindo uma mensagem doutrinária errada e não tiveram discernimento. Eram ensinos que estavam em desacordo com o que haviam aprendido. Paulo os exorta que, ainda que um ser angelical viesse do céu com uma mensagem parecida, eles não deveriam aceitar. Precisamos ter cuidado com ventos de doutrina que se aproximam de nossas congregações, tentando afastar os irmãos da verdadeira prática da Palavra de Deus.
HORA DA REVISÃO
O que deixou o apóstolo Paulo impressionado com os gálatas?
Foi não só o fato de os gálatas atentar para um Evangelho diferente do que ele havia pregado, mas também pelo fato de que esse “novo evangelho incentivava os gálatas a desconsiderarem a graça e tentarem, por meio de obras, pagar uma dívida que eles jamais quitaram.
Quais as diferenças existentes na palavra “outro” em grego?
Na língua grega, a palavra outro tem duas percepções distintas, advindas igualmente de duas palavras apontadas: allós, que significa “outro da mesma espécie”, e heteros, “outro de outra espécie
Quais os dois sentidos da palavra “anátema”?
A palavra anátema é oriunda do hebraico herem, e pode ter dois sentidos: algo devotado a uma divindade, e ao mesmo tempo excluído da utilização humana.
Para onde o “evangelho” dos judaizantes estavam conduzindo os gálatas?
O “evangelho dos judaizantes estava afastando os irmãos do verdadeiro e os encaminhando para uma vida de legalismo.
Paulo escreve para agradar aos homens ou a Deus?
A preocupação de Paulo é agradar ao Senhor, por isso escreve a Carta aos Gálatas. Se fosse para agradar aos homens, ele poderia deixar a situação nas igrejas da Galácia correr sem qualquer interferència.
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