Lição 03 - Jesus, o Discípulo e a Lei | CPAD Adultos 2 trimestre 2022

Lição 03 - Jesus, o Discípulo e a Lei

Revista CPAD Lições Bíblicas Adultos 2 trimestre 2022

Lição 03 CPAD 2 trimestre 2022 - Escola Dominical Tema da revista: Os Valores do Reino de Deus - A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo

TEXTO ÁUREO

"Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus." (Mt 5.20)

VERDADE PRÁTICA

Os seguidores de Jesus são chamados a viver a justiça do Reino de Deus. Essa justiça, baseada na Nova Aliança em Cristo, nasce no interior do crente e reflete no exterior da vida.
LEITURA DIÁRIA
SegundaMt 5.17; Rm 3 31 Jesus não veio revogar a Lei nem contradizer os profetas
TerçaHb 1.1-3 O Senhor Jesus Cristo cumpriu fielmente a Lei
QuartaG1 3 24 A função da Lei é levar o homem a Cristo
Quinta1 Tm 1.5 O fim do mandamento: coração puro, boa consciência e fé sincera
SextaRm 7.12; Rm 3.31; A Lei é santa e está estabelecida em Cristo Jesus, o nosso Senhor
SábadoRm 13.8-10 ; G1 5.6,25 A Lei está cumprida no amor e dinamizada em nós pelo Espírito Santo
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus 5.17-20
17 Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim abrogar, mas cumprir.
18 Porque na verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido.
19 Qualquer, pois, que violar um destes menores mandamentos e assim ensinar aos homens será chamado o menor no Reino dos céus; aquele, porém, que os cumprirá e ensinar será chamado grande no Reino dos céus.
20 Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus.

HINOS SUGERIDOS

  • 13 - Jesus Comprou-me
  • 25 - Jesus Tu és Bom
  • 23 - Glória a Jesus

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PLANO DE AULA

  1. INTRODUÇÃO
    Qual é a relação entre Jesus e a Lei? E o que Ele deseja que seus discípulos aprendam acerca dessa relação. Basicamente, esta lição tem como propósito mostrar que a relação de Jesus com a Lei apenas nos mostra que a nossa justiça é elevada. Logo, o objetivo de estudaremos essa relação de Jesus com a Lei é o de trazer aos cristãos um compromisso profundo com a justiça de Deus.
  2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
    A) Objetivos da Lição:
    I) Mostrar que Jesus cumpriu toda a Lei;
    II) Comparar a Letra da Lei com a Verdade do Espírito;
    III) Conceituar a Justiça do Reino de Deus.
    B) Motivação: O que é justiça? Na perspectiva bíblica, a palavra justiça tem a ver com retidão, integridade, honestidade. O Sermão do Monte nos convida a cu ltivar a retidão, a integridade e a honestidade para viver a justiça do reino divino.
    C) Sugestão de Método: Ao iniciar o Terceiro tópico, pergunte aos alunos o que eles entendem por justiça. Dê um tempo para que eles exponham o que pensam . Ouça-os com atenção. Em seguida, exponha o tópico conceituando a palavra justiça, destacando seu aspecto reto, íntegro e honesto.
  3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
    A) Aplicação: Viver a retidão, a integridade e honestidade são desafios diante de um mundo relativista. Por isso, mostre aos alunos as esferas concretas em que seremos provados em nossa justiça: família, escola e universidade, trabalho, amizades etc.
  4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
    A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas. Na edição 89, p.37, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
    B) Auxílios Especiais: Ao final dos tópicos, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “O Princípio Básico”, localizado ao final do segundo tópico, é uma reflexão a respeito de como nosso Senhor compreendia a Lei;
    2) O texto “ Sobre a Justiça”, localizado ao final do terceiro tópico, há uma reflexão a respeito da comparação da “justiça” de Jesus com a dos fariseus, bem como o padrão elevado exigido de nós pelo nosso Senhor.

INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos a respeito da relação de Jesus com a Lei e o que Ele deseja de seus discípulos. Veremos que o Senhor Jesus cumpriu toda a Lei, destacaremos a diferença entre a Letra da Lei e o Espírito e, finalmente, analisaremos a justiça do Reino de Deus. No Sermão do Monte, podemos perceber, com clareza , que nosso Senhor não destruiu a Lei nem o ensino dos profetas, mas os cumpriu e os aperfeiçoou. Assim , como seus seguidores, a nossa justiça deve transcender a dos escribas e fariseus (Mt 5.20).
PALAVRA-CHAVE: JUSTIÇA

🤓 Comentário da Lição

Ao nos depararmos com Mateus 5.17-20, não devemos pensar que se trata de uma porção separada do que vinha sendo tratado anteriormente, mas é uma continuação do Sermão da Montanha. Essa seção é o introito de uma nova parte do Sermão. Isso porque nos versos anteriores a ênfase de Cristo está firmada em descrições detalhadas sobre aquilo que o crente é ou deve ser. Como antes Jesus dissera o que o crente deve ser, jamais devemos nos esquecer de como a nossa vida deve continuar sendo, de modo que sumariamente na primeira parte do Sermão do Monte Jesus mostra o padrão de vida que aqueles que querem fazer parte do Reino devem ter. Doravante, esse comportamento precisa ser o de uma vida santa e reta, e tal temática será trabalhada até o capítulo 7 de Mateus, versículo 14. Podemos dizer que Mateus 5.17-20 é a introdução para tudo o que Jesus irá tratar. Com base nessa passagem, o Mestre divino estava procurando circunscrever o que realmente deve definir a real vida cristã. O método adotado por Cristo para ensinar aos seus discípulos começa com os princípios básicos; somente depois Ele irá se preocupar com os pormenores.

I. JESUS CUMPRIU TODA A LEI

1. Um compromisso com o passado

Quando nosso Senhor começou a ensinar, seu propósito nunca foi o de desconstruir tudo ou não valorizar o passado relativo aos ensinos da Lei e dos Profetas. A expressão “não pensem” revela exatamente isso (Mt 5.17 – NAA). Ora, Jesus sabia que o ensino da antiga dispensação era valioso, verdadeiro, bom e belo. Ele jamais ousara ser um revolucionário, portador de um espírito destrutivo , como o apóstolo Paulo também não (cf. Rm 3.31). Assim, aprendemos, com Jesus, que não é possível construir um futuro bom se não preservarmos as coisas boas que os antigos nos legaram.

🤓 Comentário da Lição

Pela leitura que se faz do Sermão do Monte, Jesus começa seu discurso com princípios maravilhosos, suas palavras são doces e suaves, mas não demorará muito para que comece a tocar no ponto nevrálgico, ou melhor, na interpretação fria e negativa dos fariseus, de modo que entendemos que o divino Mestre apresenta seu ensino com uma nova interpretação viva, opondo-se ao legalismo frio dos escribas e fariseus. A crítica de Jesus a esses homens da época não era sem base. Ele procurou desmascará-los porque visavam atrair e prender pessoas em torno de si mesmos, com intenções erradas, o que se comprova muito bem na passagem de Mateus 23. Com as explicações acima, se entende que Jesus não veio para desfazer da Lei, mas para defendê-la daqueles que a interpretavam ao seu bel prazer, porém o primeiro problema que irá surgir é quanto à pessoa que daria essa nova explicação. Por não ser fariseu e nem fazer parte dos grandes sistemas rabínicos da época, como poderia então ser dogmático? Quem seria esse homem para opor-se àqueles que haviam estudado, que faziam parte de uma história, uma tradição religiosa e que eram os representantes do povo?
No demais, a postura e o comportamento de Jesus eram totalmente dissonantes. Além de confrontar a intepretação de tais grupos, juntava-se com publicanos e pecadores, bebia e comia com eles. Acrescente-se a isso que seus ensinos misturavam graça e amor (Mt 11.19). Frente a tudo isso, parece que alguns duvidaram dEle como não cumpridor da Lei, razão pela qual o Mestre asseverou dizendo: “Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas; não vim para revogar, vim para cumprir” (Mt 5.17, ARA).

2. Jesus não veio destruir a Lei.

Para muitos opositores, Jesus era um agitador, revolucionário, destruidor da tradição recebida (Jo 5.15). Por isso, nosso Senhor foi alvo de falsas acusações pelos seus críticos (Mt 26.59-61). Entretanto, os Evangelhos deixam claro que Jesus ensinou sobre a justiça conforme o que Moisés, a Lei e os profetas ensinaram. No lugar de enfraquecer a Lei, Ele devolvia o verdadeiro sentido dela, já abandonado pelos mestres judeus (Mt 8.4; Mc 7.10; Lc 16.31; Jo 5.46 ). Jesus enfatizou o sentido perfeito da Lei (Mc 7.5-13). Ele mesmo, a continuação da revelação divina, mostrava que essa revelação é progressiva para a perfeição , não retrógrada nem estática. Nesse sentido, a fé e o ensino da Palavra de Deus devem nos levar ao verdadeiro crescimento espiritual, com o bem ensinou o salmista (SI 1.2,3; 119.1,97 ).

🤓 Comentário da Lição

Há diversas interpretações quanto à questão de Jesus ter cumprido ou não a Lei. Uma linha de pensamento expõe que Jesus veio tão somente para dar continuação à Lei, ou seja, Ele seria um grande mestre judeu e, na essência, os Evangelhos seriam uma exposição da velha Lei. O criador do cristianismo seria Paulo, originando-se dele certas doutrinas, porque, na verdade, o evangelho não tratou sobre justificação, santificação, dentre outros assuntos; tudo isso foi obra de Paulo. Uma segunda linha de pensamento é mais pesada e está firmada no texto de João 1.17. Ela afirma que Jesus aboliu completamente a Lei e introduziu a graça, o que prontamente se compreende que o cristão não tem nada a ver com a Lei, de modo que o tal vive completamente debaixo da graça, sem ter que falar na Lei. O que podemos dizer com certeza é que Jesus não somente cumpriu a Lei, mais do que isso, Ele deu uma honra sublime a ela mais do que fizeram os escribas e fariseus, uma vez que estes a interpretavam de modo tão pesado que enfadava o povo, acrescentando tradições diversas (Mt 23.3), e tão somente por meio dela é que se poderia obter a salvação. Nesse caso, estavam desprezando o Antigo Testamento em real inteireza, ao passo que Jesus fez o contrário, por exemplo, quando pedia que as pessoas praticassem boas obras. Ele não agia assim com base na exigência da Lei, mas devido a uma nova implantação da verdadeira justiça no interior da vida de cada um, aqueles que já eram bem-aventurados (Mt 5.2-12; Lc 6.20-23).

3. Jesus cumpriu e aperfeiçoou a lei.

O verbo “Cumprir” (Mt 5.17), do grego plêroô, traz a ideia de tornar cheio, completar, encher até o máximo fazer abundar, fornecer ou suprir liberalmente. Assim , a perspectiva pela qual Jesus cumpriu a Lei é que Ele lhe deu perfeição, conforme nos revela essa expressão: “ […] foi dito aos antigos: […] Eu, porém , vos digo” (Mt 5.21,22). Ora, em momento algum Jesus conflitou com as Escrituras do Antigo Testamento, mas as harmonizou plenamente. Por isso, diferentemente dos escribas e fariseus, que usavam da Lei para abusar do povo (Mt 23.4; Lc 11.4 6 ), o Senhor Jesus a aperfeiçoou (Mt 5.19). O que era visto com a sombra cedeu espaço para a realidade do pleno cumprimento profético (Lc 4.16 -21). Em Jesus, o que era visto por meio do Decálogo e dos profetas, concretizou-se fielmente em em nosso Senhor, conforme nos revela o escritor aos Hebreus (Hb 1.1-3).
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SINÓPSE I

Jesus Apresentou um compromisso com o passado, pois ele não veio destruir a lei, mas aperfeiçoá-la

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👨‍🏫 AMPLIANDO O CONHECIMENTO

A Lei “A lei revelava a vontade de Deus quanto à conduta do seu povo (19.4-6; 20.1-17; 21.1-24.8 ) e prescrevia os sacrifícios de sangue para a expiação pelos seus pecados (Lv 1.5; 16.33). A lei não foi dada com um meio de salvação com Deus (20.2). Antes, pela lei Deus ensinou ao seu povo com o andar em retidão diante dEle como seu Redentor, e igualmente diante do seu próximo.” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo Pentecostal, publicada pela CPAD, p.146.
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II. A LETRA DA LEI, A VERDADE DO ESPÍRITO

1. O que a expressão “letra da Lei” significa?

De acordo com as cartas de Paulo, a expressão “letra da Lei” diz respeito ao Antigo Concerto. Essa letra expressa os desígnios de Deus em forma de proibições escritas que revelam o pecado e levam à condenação, como nos mostra Romanos 7.7-25. Em suma, dominado pela fraqueza da carne e sem força, o homem seria levado à morte diante da letra da Lei. A função da Lei é mostrar a malignidade do pecado e a impossibilidade do homem em salvar-se. Nesse sentido, ela serviu com o paidagôgos (do grego), isto é, um pedagogo, um guia, que nos levou a Cristo (Gl 2 4 ). Um exemplo que revela essa função é a relevância dos profetas do Antigo Testamento para despertar o povo ao verdadeiro arrependimento diante de Deus. Entretanto, o judaísmo transformou a “letra da Lei” em um sistema de normas frias e sem vida.

🤓 Comentário da Lição

Para termos uma compreensão clara sobre o que seria a letra da Lei, nada melhor do que atentar para a citação paulina que diz: “o qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivi interpretação judaica corrompida imposta pelo judaísmo, que a transformou num sistema totalmente sem vida que escravizava as pessoas (Is 1.10-20; Jr 7.21-26). O próprio Antigo Testamento já trazia lampejos da antecipação da graça (Ez 37.1-14; 47.1-12), o que se concretizou definitivamente em Cristo. Por intermédio de Jesus, o novo tempo da graça e da verdade chegou (Jo 1.17; 4.23;6.63; Rm 2.28). Em sua essência, a letra da Lei era a verdadeira Palavra de Deus, à qual Jesus obedeceu, dando-lhe grande valor; todavia, a letra que matava era um sistema criado pelos próprios escribas e fariseus como normas pesadas, requintadas de tantas exigências, usadas de modo impróprio, que levaria o homem à morte. A letra da lei como um código escrito exteriormente, como foi dado a Moisés da parte divina, expressava a vontade soberana do Senhor como também suas proibições. Contudo, é preciso entender que quem procurasse viver totalmente em obediência ao Senhor teria vitória. Devido ao poder da natureza pecaminosa, para muitos era impossível cumprir toda a Lei, e, além disso, o pecado era cada vez mais incitado, levando as pessoas à morte (Rm 8.3; 7.7-25).

2. A perspectiva teológica da Lei.

Para os judeus, a Lei apresentava sua completude por meio de uma tríplice divisão: moral, cerimonial e judicial. A Lei Moral envolve os Dez Mandamentos (Êx 20.1-17); a cerimonial refere-se à adoração do povo de Deus no Tabernáculo e, posteriormente, no Templo (Êx 25.1-31.17); a judicial tem a ver com diversas responsabilidades civis (individuais e sociais) (Êx 21.1-23.19). Pelo sistema da antiga Lei, havia um falso entendimento de que o homem poderia viver de maneira justa segundo o seu próprio mérito e que, por isso, seria possível salvar-se. Ora, o apóstolo Paulo refutou sabiamente esse falso entendimento (G1 2.16; T t 3.5). Em suas cartas, o apóstolo deixou bem claro que o Senhor Jesus cumpriu toda a Lei e que, por isso, pôs fim ao Sistema de Lei Mosaico, de modo que Ele oferece um novo e vivo caminho para se chegar a Deus (Jo 14.6; Hb 10.19,20), uma nova aliança que concede justificação e paz ao salvo (Rm 5.1).

🤓 Comentário da Lição

Constam nessa passagem informações sobre como cada pessoa deveria se comportar com a outra e o que se deveria fazer ou não fazer. Já na lei cerimonial estavam as questões atreladas aos sacrifícios, aos holocaustos, os ritos, os sistemas de adoração, e pode ser encontrada no livro de Levítico. De modo geral, tudo isso era o conteúdo da Lei; era a essa Lei que Jesus estava se referindo em Mateus. Lembrando que sua ênfase estava relacionada aos ensinos sobre o comportamento e conduta do homem, sobre a verdadeira vida. É preciso que o leitor tenha todo o cuidado quando for estudar a Lei na perspectiva que Jesus a introduz no livro de Mateus. Primeiramente, porque no versículo 17 sua ênfase é pela totalidade da Lei, mas, quando passamos para a leitura do versículo 21, sua ênfase é quanto à lei moral. Na perspectiva bíblica e teológica, já se compreende que a Lei é uma referência ao Pentateuco, ao passo que os profetas envolviam os livros proféticos do Antigo Testamento. Esses profetas eram vozes altissonantes que em sua missão agiam interpretando a Lei e chamando o povo para cumpri-la com fidelidade, visto que os males que sofriam eram por causa da desobediência; por esse motivo, procuravam chamar o povo para um retorno, incentivando-os para que todos fizessem uma releitura da Lei. Duas coisas caracterizavam os profetas na missão que desempenhavam: eram pregadores e também videntes.

3. A Lei e a verdade do Espírito.

Nosso Senhor cumpriu todo o Antigo Testamento, obedecendo perfeitamente à Lei, cumprindo os tipos, sombras, símbolos e profecias. A causa dessa realidade perfeita é a morte substitutiva de Jesus e, por isso, hoje, os cristãos são declarados justos pelo mérito da obra de Cristo (Rm 3.21-26; 10.4). Em conformidade com esse evento salvífico, o apóstolo Paulo diz que a letra mata, mas o Espírito vivifica (2 Co 3.6). Isso mostra que o Novo Concerto revelou-se na pessoa de Jesus, que gera vida, e não mais na letra pesada da Lei, que gera morte (Rm 6.23). Ou seja, de um código exterior de normas para um código interior e dinamizado na vida pelo Espírito; de palavras registradas em tábuas de pedra para palavras cravadas no coração. O Espírito Santo traz vida em Cristo e grava a vontade de Deus em nossa consciência e coração (Rm 8.2; 1 Co 15.45 ; 1Tm 1.5).

4. Qual é o propósito da Lei para os discípulos de Cristo?

Vimos que Jesus cumpriu toda a Lei. Nesse sentido, cabe perguntar: há propósito da Lei para os cristãos? O apóstolo Paulo responde essa questão mostrando que a Lei é santa (Rm 7.12), está estabelecida (Rm 3.31), se cumpre no amor (Rm 13.8-10; Gl 5.14 ) e opera atualmente por meio do Espírito Santo, que dinamiza a vida interior do cristão (Rm 8.2,9; Gl 5.6,25). Portanto, é Jesus Cristo quem impacta, aperfeiçoa e, por meio do Santo Espírito, implanta no interior do crente o verdadeiro sentido da Lei (Gl 4.3-7).
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SINÓPSE II

Letra da Lei diz respeito ao Antigo Concerto; a verdade do Espírito diz respeito a vida em Cristo que grava a vontade de Deus no coração.

👨‍🏫 AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO

“O Princípio Básico
Os oponentes de Jesus o criticavam por não guardar as minúcias das observâncias tradicionais da lei judaica. Aqui Jesus deixa claro que Ele não está ausente para destruir a lei, mas para cumpri-la e até intensificá-la. Ele fixa padrões mais altos. Seu principal interesse é a razão de a lei existir; Ele insiste que guardar a lei começa com a atitude do coração. Por este princípio Jesus afirma simultaneamente o valor das pessoas e da lei. Neste aspecto Ele cumpre a lei antecipada por Jeremias: ‘Porei a minha lei no seu interior e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo’ (Jr 31.33b). Como sucessor de Moisés, Jesus dá a palavra final na lei. Mas o que Ele quer dizer quando fala que cumpre a lei? Não significa que Ele simplesmente a observa.

Nem quer dizer que Ele anulou o Antigo Testamento e as leis (como sugerido por Márcion e os hereges gnósticos). A obra de Jesus e sua Igreja está firmemente arraigada na história da salvação. Em certo sentido, Jesus deu à lei uma expressão mais plena, e em outro, transcendeu a lei, visto que Ele se tornou a corporificação do seu cumprimento. Mateus vê o cumprimento da lei em Jesus semelhantemente ao cumprimento da profecia do Antigo Testamento: O novo é como o velho, mas o novo é maior que o velho. Não só o novo cumpre o velho, mas transcende. Jesus e a lei do novo Reino são o intento, destino e meta final da lei” (ARRINGTON, French L; STRONSTAD, Roger (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.44 ).

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III. A JUSTIÇA DO REINO DE DEUS

1. Quem é grande no Reino de Deus?

Mateus 5.18,19 mostra que são considerados ‘‘grande no Reino de Deus” os que se acham fiéis e cumpridores de toda a lei de Cristo. Consequentemente, são rebaixados à condição de menores os que negligenciam, removem, separam, violam o menor dos mandamentos de Deus e não atentam para a sua instrução , quer por omissão, quer por transgressão. Assim, como discípulos de Cristo e cidadãos do Reino de Deus, devemos cumprir e ensinar a lei divina a partir do poder do Espírito Santo que transforma, aperfeiçoa e concede-nos graça e verdade (Jo 1.16,17).

🤓 Comentário da Lição

Entre os rabinos judeus, se fazia a divisão da Lei em 613 mandamentos. Havia os que eram negativos e positivos. Do lado negativo se tinha um total de 356 mandamentos, e do lado positivo outros 248. Isso fazia com que constantemente surgissem debates quanto ao que seria pesado e leve. Um exemplo de mandamento leve seria o que consta em Deuteronômio 22.6, e foi nessa questão que um escriba queria saber a opinião de Jesus sobre o maior mandamento, ao que prontamente respondeu (Lc 10.27). Mas é preciso que se compreenda que o ensino e a interpretação que Jesus vai trazer quanto à Lei não seguia os parâmetros do judaísmo frio, trivial e intolerante, cheio de legalismo. Ainda que Cristo levasse em consideração que algumas exigências fossem de maior importância do que outras, como se vê em Mateus 5.19, Ele realçou com precisão as coisas mais importantes da Lei, como, por exemplo, o juízo, a misericórdia e a fé (Mt 23.23). É compreensível que Jesus valorizasse toda a Lei, inclusive a lei moral, como se verá em Mateus 5.21. Tudo isso deveria ser observado.

2. A Justiça do reino de Deus.

A compreensão da justiça do Antigo Testamento, baseada no binômio lei-obra, gerou orgulho pessoal e confiança nas próprias ações dos judeus para justificarem a si mesmos. No Novo Testamento, há exemplos a esse respeito: o jovem rico que agiu assim para atingir o supremo bem (Mt 19 .16 -26 ); o fariseu que, por meio de sua justiça própria, achava-se melhor que o publicano (Lc 18.9-17); o sacerdote e o levita que, firmados numa justiça própria, não atentaram para a aflição do próximo (Lc 10.25-37). Mas Jesus ensina aos seus discípulos que a nova justiça no Reino de Deus é interior, moral e espiritual e não se trata mais daquela velha justiça exterior, cerimonial e legalista. Por isso, a justiça exigida pelo Senhor Jesus aos seus discípulos é superior à dos escribas e fariseus. É uma justiça mais sublime, elevada e interior. Essa justiça só pode ser obtida mediante a fé, nos permitindo viver de maneira justa e piedosa (Rm 3.21,22; Rm 8.2-5) e, assim, entrar no Reino de Deus.
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SINOPSE III

O Sermão do Monte esclarece que as bem-aventuranças são a verdadeira felicidade para quem nasceu de novo.

👨‍🏫 AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO

Sobre a Justiça
“[…] Os fariseus eram zelosos em guardar tanto a lei escrita quanto a oral. Ao explicar o verdadeiro significado da Palavra de Deus, Cristo estava prestes a revelar um a justiça que ‘ultrapassava’ qualquer justiça que os fariseus imaginassem possuir, guardando os mandamentos. Como cidadãos do Reino de Jesus, você e eu somos chamados para viver uma vida justa. Mas devemos evitar o engano dos fariseus. Não devemos confundir a verdadeira justiça, ou supor que, por fazermos determinadas coisas e evitarmos outras, alcançamos elevada espiritualidade. O que fazemos é importante, é verdade. Mas Deus está mais interessado no que somos” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Devocional da Bíblia. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.557).

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CONCLUSÃO

Jesus não veio para desfazer a Lei, nem viveu com um legalista. Porém, soube conservar o que havia de bom na antiga Lei, dando-lhe uma nova dinâmica de vida. Nosso Senhor deseja que nossas vidas sejam elevadas espiritualmente, semelhantes ao caráter e conduta dEle, deixando de lado toda frieza espiritual e, aquecidos pelo Espírito Santo, abraçando o verdadeiro Evangelho do Senhor Jesus Cristo.

🤓 VOCABULÁRIO

Binômio: que tem dois nomes ou dois termos.
Estático: sem movimento parado, imóvel.
Retrógada: que anda para trás, não avança.

Lição 03 - Jesus, o Discípulo e a Lei | CPAD Adultos

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REVISANDO O CONTEÚDO

1. Segundo a lição, Jesus tinha o propósito de destruir a Lei?

Quando nosso Senhor começou a ensinar, seu propósito nunca foi o de desconstruir tudo ou não valorizar o passado relativo aos ensinos da Lei e dos Profetas.

2. Qual é a tríplice divisão da Lei?

Para os judeus, a Lei apresentava sua completude por meio de uma tríplice divisão: moral, cerimonial, judicial.

3. De acordo com a lição, o que a letra da Lei expressa?

Essa letra expressa os desígnios de Deus em forma de proibições escritas que revela o pecado e leva à condenação, como nos mostra Romanos 7.7-25.

4. Como o Senhor Jesus cumpriu todo o Antigo Testamento?

Nosso Senhor cumpriu todo o Antigo Testamento, obedecendo perfeitamente a Lei, cumprindo os tipos, sombras, símbolos e profecias.

5. O que é a justiça no Reino de Deus?

Jesus ensina aos seus discípulos que a nova justiça no Reino de Deus é interior, moral e espiritual e não se trata mais daquela velha a justiça exterior, cerimonial e legalista.
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