Lição 08 - A unidade do corpo de Cristo - Revista Betel Adultos 4 trimestre 2021

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Lição 08 - A unidade do corpo de Cristo - Revista Betel Adultos 4 trimestre 2021

Lição 08 - A unidade do corpo de Cristo - Revista Betel Adultos 4 trimestre 2021


TEXTO ÁUREO

“Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros.” Romanos 12.5


VERDADE APLICADA

A unidade do Corpo de Cristo é dom de Deus, que se tornou possível pela cruz de Cristo e é efetivada pelo Espírito Santo.


OBJETIVOS DA LIÇÃO

Ensinar acerca da unidade do Corpo de Cristo.

Falar sobre as virtudes do cristão chamado por Deus.

Apresentar o fundamento da unidade do Corpo de Cristo.


TEXTOS DE REFERÊNCIA

EFÉSIOS 4

1 Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados,

2 Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor,

3 Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.

4 Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação;

5 Um só Senhor, uma só fé, um só batismo;

6 Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos.


LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA / Rm 12.3-10 - Humildade e fidelidade no uso dos dons.

TERÇA / 1Co 12.12-27 - A unidade dos membros do Corpo de Cristo.

QUARTA / Gl 5:16 - O dever de andar em Espírito.

QUINTA / Gl 5:22-23 - Exercitando o fruto do Espírito.

SEXTA / Ef 2:14-16 - Unidos por Deus mediante a cruz de Cristo.

SÁBADO / Cl 3:15 - Que a paz de Deus domine nossos corações.


HINOS SUGERIDOS: 05, 18, 22


MOTIVOS DE ORAÇÃO

Ore com toda igreja pela unidade do Corpo de Cristo.


ESBOÇO DA LIÇÃO

Introdução

1– Andando de acordo com a vocação

2– Virtudes produzidas pelo Espírito Santo

3– As bases da unidade do Corpo de Cristo

Conclusão


INTRODUÇÃO

Na segunda parte da epístola de Efésios, Paulo expõe como cada membro tem que ser para que a Igreja cumpra sua parte no plano e no propósito de Deus.


PONTO DE PARTIDA: Fomos chamados para viver em unidade.


1- ANDANDO DE ACORDO COM A VOCAÇÃO

Nos primeiros três capítulos, o assunto tratado foi o aspecto doutrinário; agora o apóstolo começa a discorrer acerca da vida prática [Ef 4:1].

1.1. Rogo-vos. O apelo de Paulo é para que os cristãos que já possuem um determinado nível de vida com Deus se aproximem cada vez mais de Cristo e vivam de acordo com a vocação com que foram chamados [Ef 1.18; 4.1]. Desde que a graça de Cristo nos alcançou e nos tornamos filhos de Deus, devemos dar exemplo tanto como servos dedicados, quanto como mensageiros eficazes. O apelo é para que vivamos em conformidade (tomemos a forma) com aquele a quem pertencemos e servimos, buscando agradá-Lo em tudo [Fp 1:29; Cl 1:10].


Subsídio do Professor: Nossa natureza pecaminosa nos direcionava a viver em conformidade com os ditames do mundo, mas nossa nova natureza deve não somente preencher, mas também transformar cada parte de nossa vida. Como filhos de Deus temos a obrigação de viver em novidade de vida. A palavra grega usada por Paulo para “rogo” é “parakaleô”, o significado dessa palavra é “chamar para o lado de alguém”. O verbo “parakaleô” (exortar, recomendar) geralmente introduz as indicações práticas para a vida da comunidade [Ef 4:1].


1.2. Andando de acordo com a vocação. Quando uma pessoa ingressa em uma sociedade ou fraternidade, ela tem que cumprir determinadas obrigações e viver de acordo com as regras: caso não viva assim, ela frustra os fins da sociedade e traz descrédito ao nome da mesma. Qual seria então a vocação da Igreja? Tornar visível o Cristo invisível que habita em nós. E como? Através de uma vida de transformação e testemunho [Ef 4:1]. O desígnio de Deus é que todos os homens e todas as nações se tornem um em Cristo. Para que isso se torne realidade, Cristo ordena e envia a Igreja ao mundo para anunciar a todos os seres humanos Seu amor e Sua misericórdia [Mc 16.15; Mt 28:18-20].


Subsídio do Professor: Tudo o que diz respeito à salvação, à Igreja e ao Reino de Deus está baseado no conceito de unidade [Jo 17]. O plano de Deus tem como base o nosso compromisso de viver como um só corpo, guiados pela cabeça que é Cristo. Aqueles que foram escolhidos por Deus para assentar-se com Cristo nos lugares celestiais devem ter consciência do privilégio de estar em Cristo, assim como da responsabilidade em viver diariamente para a glória de Deus.


1.3. Andando de maneira digna. A Igreja é o complemento de Cristo, ela representa Seu Corpo, Suas mãos, Seus pés e Sua voz para levar Seu propósito a cumprir-se nesse mundo. Para tanto, Cristo ordena e age para que os membros de Seu Corpo estejam unidos numa comunhão, conheçam e experimentem Seu amor ilimitado [Ef 4.1]. Jamais poderemos ensinar a outra pessoa aquilo que desconhecemos ou transmitir o que não possuímos. Antes que possamos levar a outros o amor de Cristo, devemos vivenciar esse amor no contexto da igreja local [Ef 3.18] – notemos a oração de Paulo: “compreender, com todos os santos”, isto é, no contexto da coletividade.


Subsídio do Professor: Se o amor de Deus é tão grande, se Sua salvação é tão poderosa, se Deus concedeu tal reconciliação, então os crentes têm de viver de maneira coerente. Eles precisam valorizar o amor de Deus o suficiente para que lhes permita configurá-lo à sua imagem. Andar dignamente é estar em consonância com os ditames da Palavra. Agradar a Deus deve ser o principal objetivo de nossa caminhada cristã. A nova vida deve ser diferente da vida de pecado que outrora vivíamos [Ef 4.22-24].


EU ENSINEI QUE:

Nos primeiros três capítulos da epístola de Efésios, o assunto tratado foi doutrinário; agora o apóstolo começa a discorrer acerca da vida prática.


2- VIRTUDES PRODUZIDAS PELO ESPIRITO SANTO

Paulo destaca, agora, as virtudes que são indispensáveis ao nosso chamado. Essas virtudes são produzidas pelo Espírito Santo e devem ser cultivadas, a fim de que tenhamos êxito em nossa caminhada [Ef 4.1-3].

2.1. Mansidão e humildade. Nas palavras de João Crisóstomo, um dos mais importantes patronos do cristianismo primitivo: “ser manso é você ter poder de vingar-se do outro e não o fazer”. Ou seja, é ter pleno controle de seus sentimentos. A mansidão é a maneira afável e gentil com que tratamos os demais. Ela é fruto do Espírito Santo, virtude que nos ajuda a agir com brandura em tempos difíceis [Gl 5.22]. Mansidão não é fraqueza, mas, sim, poder sob controle. Jesus era manso e humilde, mas era poderoso [Mt 11.29]. A humildade pode ser definida como a completa ausência de orgulho. É ter uma estimativa justa de si mesmo, sem orgulho ou arrogância em relação aos irmãos. Ela estima os outros de igual valor e direito diante de Deus [Pv 18.12].


Subsídio do Professor: A união e a pureza são dois aspectos fundamentais de uma vida digna do chamamento divino da igreja. A palavra traduzida em nossas versões por “digno”, significa literalmente “aquilo que equilibra”. Ela mostra a ligação entre aquilo que aprendemos como ensinamento e aquilo que praticamos em nosso viver diário. Ou seja, o Senhor deseja que andemos de um modo que corresponda ao que Ele tem feito por nós. Isso envolve um viver santo e prático [Ef 4.1; Fp 1.27].


2.2. Longanimidade e paciência. Longanimidade, “de longo ânimo”, é a atitude de tolerar o desconforto sem nunca revidar. A palavra grega usada é “makrothymia” que significa: “aguentar com paciência pessoas provocadoras”. É o estado de espírito estendido ao máximo, fala de uma tolerância mútua sem a qual nenhum grupo de seres humanos poderá conviver em paz [Ef 4.2; Cl 3.12]. Paciência, a capacidade de suportar o desconforto sem ser incomodado, é saber se conter, é uma atitude de benevolência amorosa para com os demais. Ser paciente é ter a capacidade de suportar, sem contradição, os vários inconvenientes ou testes que surgem em nosso relacionamento com os outros. Paulo aqui se refere ao nosso relacionamento com os irmãos da Igreja [2Pe 1.5-7; 1Tm 6.11].


Subsídio do Professor: Vivemos um tempo muito difícil, principalmente naquilo que diz respeito aos relacionamentos pessoais. Ser paciente é ser tolerante para com os demais e ser longânimo é uma das qualidades essenciais que, como membros do Corpo de Cristo, devemos almejar. Se permitirmos que o Espírito Santo venha nos moldar, aprimorando Seu fruto em nós, essas qualidades irão sobressair em nosso caráter diário, assim, além de estarmos fortalecidos, essas virtudes nos ajudarão a contagiar a vida daqueles que se achegam a nós [2Pe 1.5-8].



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2.3. A unidade do Espírito pelo vínculo da paz. A unidade espiritual aqui indicada é um pré-requisito indispensável para promover a saúde e a felicidade da igreja, para adiantar a causa das missões e para alcançar a vitória sobre Satanás e seus aliados. A exortação para que os leitores vivam em amor e unidade é seguida por uma descrição dessa unidade [Ef 4.2-3; Cl 3.14-15]. Nesta descrição, a unidade e todas as características relacionadas a ela são consideradas, em primeiro lugar, derivadas do Espírito, que entrou no coração dos crentes; e dali ele volta ao Senhor (Jesus Cristo), cujo sacrifício vicário tornou possível o dom do Espírito, e, finalmente, vai até Deus o Pai, que deu seu Filho e quem, juntamente com o Filho, foi também o Doador e o que enviou o Espírito.


Subsídio do Professor: Paulo fala de “esforço”; ele exorta os irmãos de Éfeso a estarem sempre prontos, dispostos a manter a unidade, fruto do comportamento apropriado de cada um e que deve ser preservada. Essa unidade resulta da constituição de discípulos de Cristo e da união com Ele. Portanto, unidos um ao outro pelo mesmo Espírito, sendo o “vínculo da paz” o ligamento que une e consolida nosso relacionamento com Deus e com os demais [Ef 4.3].


EU ENSINEI QUE:

As virtudes indispensáveis ao nosso chamado são produzidas pelo Espírito Santo e devem ser cultivadas, a fim de que tenhamos êxito em nossa caminhada


3- AS BASES DA UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

A unidade da Igreja está fundamentada na ação das três pessoas da Santíssima Trindade. Um só Espírito, um só Senhor, e um só Deus e Pai de todos [Ef 4.4-6]. Não há divisão no Deus Trino. E juntas, as três pessoas produzem a unidade de todos os cristãos.


3.1. Um só corpo e um só Espírito. O corpo “único” do qual Paulo se refere aqui é, certamente, a igreja composta por judeus e gentios, e a sua unidade é devida ao único Espírito Santo que habita nele e que o anima [Ef 2.14-22], a família “única” no céu e na terra [Ef 3.15]. Embora em certo sentido sejamos muitos, ainda assim somos um só corpo em Cristo [Rm 12.5; 1Co 12.12-30]. Existe apenas um pão, um corpo [1Co 10.17]. Além disso, esse corpo, ou igreja, não é de origem terrena ou uma instituição de criação humana, mas um produto do Espírito Santo; por isso é “um corpo e um Espírito”. Da mesma forma que o corpo humano é impulsionado pelo espírito humano, o Corpo de Cristo, a Igreja, vive impulsionada pelo Espírito Santo.


Subsídio do Professor: O Espírito, no processo de transmitir aos efésios o chamado eficaz, também produziu neles a união, de modo que eles se tornaram um organismo espiritual [1Co 12.13; Ef 3.16; 6.18; Rm 8.9, 11]. Assim como o corpo humano é totalmente impregnado por seu espírito, e que por isso é um e pode funcionar como uma unidade, cooperando com os membros entre si, assim também acontece com a Igreja que, habitando nela o Espírito e sendo totalmente influenciada por Ele, constitui um só organismo e funciona como tal.


3.2. Uma só esperança e um só Senhor. O apóstolo se refere à esperança para a qual fomos chamados, unidos em “um corpo e um Espírito”. Jesus Cristo é a cabeça, o corpo é o Corpo de Cristo, que é a Igreja, e sem unidade coordenada os membros não funcionam bem, pois um depende do outro e todos dependem da cabeça. É por isso que a unidade da Igreja é essencial para a obra de Cristo. O Espírito é o sopro vivificante do Corpo, que é a Igreja; desse modo, não pode haver Igreja sem o Espírito. Portanto, há apenas uma esperança em nosso chamado, que constitui o objetivo que estamos seguindo e o grande segredo da unidade cristã. Mesmo que haja diferenças entre nossos métodos, na maneira de fazer as coisas ou em nossa organização, todos buscamos a consumação de um mundo redimido em Cristo, por Cristo e para Cristo.

Subsídio do Professor: Paulo nos diz que fomos salvos em uma só esperança da nossa salvação. Que esperança é essa? Significa que ao nos convocar para que tomássemos parte em Seu Reino através da salvação, o Senhor também tornou possível o nosso futuro em Jesus Cristo, Seu Filho. A obra redentora de Cristo nos levará até a eternidade, não foi realizada somente para o nosso hoje. Essa esperança fala de uma vida na eternidade, onde não haverá mais morte nem dores, tampouco os problemas que enfrentamos nesse mundo [1Co 15.19].


3.3. Uma só fé e um só Deus e pai de todos. A Bíblia destaca vários tipos de fé: Fé para salvação, fé como fruto, fé como dom. No entanto, aqui, Paulo se refere à fé que diz respeito ao que cremos [Gl 1.23; 1Tm 3.9; 4.1; 2Tm 4.7]. A igreja segue e obedece a uma só fé, ou seja, tem uma só doutrina. “Um Deus e Pai de todos”, tanto de judeus, quanto de gentios, e que está acima de todos como Rei dos reis e Senhor dos senhores, e por todos, enchendo e suprindo tudo, provendo a todos conforme Seu incomensurável amor e misericórdia, e em todos, ensinando-nos que Ele habita em cada um de seus filhos por meio de seu Espírito, em um relacionamento pessoal e íntimo. É isso que temos aprendido através do Evangelho, que vivemos em um mundo que foi criado por Deus, que é controlado por Deus, sustentado por Deus e cheio de Deus.


Subsídio do Professor: Nas palavras do teólogo Elienai Cabral, Deus é Pai, tanto por geração, como Criador, quanto por regeneração, nova criação [Ef 2.10; Tg 1.17-18]. No sentido espiritual, Deus é Pai apenas dos que fazem a Sua vontade e se tornaram filhos por adoção através de Jesus Cristo. Uma vez gerados fisicamente, todos somos criaturas de Deus, porém como filhos de Deus, somente o são os regenerados [2Co 5.17].


EU ENSINEI QUE:

A unidade da Igreja está fundamentada na ação das três pessoas da Santíssima Trindade.


CONCLUSÃO

Deus nos chamou para viver com Ele um relacionamento íntimo, onde o Espírito Santo é o principal agente dessa unidade. Compete a nós a obediência aos requisitos que “a unidade do Espírito” exige.