Elias no Querite


O rei Acabe, diz a Bíblia, “fez … o que era mau perante o Senhor, mais do que todos os que foram antes dele” (1 Rs 16:30), trazendo a idolatria para Samaria e Israel, edificando um altar e uma casa para Baal em Samaria, fazendo “muito mais para irritar ao Senhor DEUS de Israel do que todos os reis de Israel que foram antes dele” (16:33). Em 16:34 lemos que foi nesses dias que Jericó foi reedificada. Jericó nos fala daquelas coisas que tentam impedir o progresso do plano de DEUS, e devem ser destruídas. DEUS, através de Josué,  havia amaldiçoado aquela cidade, dizendo que ela nunca deveria ser reconstruída (Js 6:26); mas eis um homem, Hiel, o betelita, desafiando o Todo Poderoso.

Elias enfrentando o rei Acabe


”Então, Elias…” (17:1). Foi neste cenário que Elias começou a testemunhar. Quando o povo se prostituía com os ídolos, quando a cidade que DEUS amaldiçoara estava sendo reconstruída, “então Elias” enfrentou a Acabe e a todo este sistema pecaminoso.
DEUS, vendo a sua fidelidade, lhe disse: “Retira-te daqui, vai para a banda do Oriente, e esconde-te junto à torrente de Querite … E ordenei aos corvos que ali mesmo te sustentem”. Elias era o Tesbita (que significa “cativo”); DEUS queria que ele fosse para Querite (que significa “separação, alienação”). DEUS não queria um profeta cativo daquele sistema religioso idólatra, mas um servo que estivesse disposto a partir para um lugar de separação. E “ali mesmo” (não em qualquer outro lugar, mas ali mesmo), DEUS iria lhe providenciar alimento.

Elias estava numa situação difícil. Uma situação que colocava sua vida em risco. O riacho havia secado. Será que Deus se esquecera de seu servo fiel? Será que Deus se esqueceu de você? Será que o deixou sozinho? Algumas lições devem ser ponderadas na vida de Elias no Querite:

2.3. a palavra do Senhor veio a ele, dizendo: Retira-te daqui, e virar-te para o leste.
No início, o rei pode ter rejeitado a previsão de Elias, mas quando viu que a seca durava e aumentava em gravidade, ele procurou por Elias, que, como era necessário, foi afastado de qualquer violência ou importunações do rei. Elias foi divinamente dirigido para se esconder em um lugar de retiro, talvez uma caverna próxima "ao ribeiro de Querite , isto é, a leste do Jordão. A Tradição aponta para uma torrente de inverno pequeno, um pouco abaixo do vau em Beth-shan.

O Deus que dá a água também pode reter a água


Elias no QueriteEste é um direito soberano de Deus. Nós como seres humanos que somos (limitados, egoístas) achamos que se Deus deu, Ele nunca irá tirar de nós. Para nós, isso não seria justo. Se Deus deu um casamento, ele não tirará. Se Deus nos deu um filho, Ele não pode tomar novamente para Si.
Quando chegamos à situações difíceis em nossa vida, a tendência é nos sentirmos abandonados, ficamos ressentidos, pensamos "como é que Deus foi me esquecer?". Na realidade, o que acontece é o contrário. Nesse momento, somos mais do que objetos de sua preocupação.
Quando o riacho seca, duas coisas são certas: (1) Deus está vivo e ativo. (2) Ele sabe o que está fazendo!
Is 49:14-16 no declara:
14. Mas Sião diz: O Senhor me desamparou, o meu Senhor se esqueceu de mim.
15. pode uma mulher esquecer-se de seu filho de peito, de maneira que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse, eu, todavia, não me esquecerei de ti.
16. Eis que nas palmas das minhas mãos eu te gravei; os teus muros estão continuamente diante de mim.

Em meio a crises que sobrevêm à nossa vida, Deus está dizendo: Você está gravado na palma da minha mão. Você está diante de mim o tempo todo. E a partir daí, Ele usa a comparação mais tocante e de maior expressão sentimental que é a imagem de uma mãe com seu bebê recém-nascido e nos constrange com uma pergunta bastante realista: "pode uma mãe esquecer-se do filho ainda mama?"
É bem verdade que nos últimos tempos, quando ligamos o noticiário, nos deparamos com mães que abandonam suas crianças recém-nascidas nas portas das casas de outras pessoas, em sacos de lixo ou lixeiras, mas Deus não. Ele nunca se esquece de nós! E a prova é que estamos na palma das suas mãos.

Você não encontrará Deus em nenhum momento, andando de um lado para outro, preocupado, sobre onde esqueceu um de seus filhos, dizendo: "Caramba! Onde foi que deixei aquela menina. Será que está na sala?"
Ele detém o controle do mundo nas mãos. Nada daquilo que a humanidade faça ou passe surpreende o nosso Deus.
Ele sabe exatamente onde estamos. No Querite. Lugar onde Ele nos leva para moldar-nos segundo a Sua Vontade. Diante desses fatos, a segunda lição chega na vida de Elias.

O Querite seco é resposta de oração

Segundo o texto bíblico em Tg 5:17
Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós, e orou com fervor para que não chovesse, e por três anos e seis meses não choveu sobre a terra.
Está aí a indicação de que a oração de Elias foi respondida. Ele estava vivenciando a resposta de sua própria oração.
Quantas vezes, em oração, pedimos para que Deus nos faça pacientes, fortes, firmes, mas sem que isso nos cause algum desconforto ou dano? "Senhor, ensine-me a ter fé e força", mas não me deixe sofrer. 
No Querite de Deus não funciona do nosso jeito e, infelizmente, a abnegação não é uma virtude nos nossos dias.

3. Precisamos aprender a confiar em Deus dia após dia
Deus nunca falou qual seria o passo seguinte antes de Elias dar o passo anterior.
Você sempre escuta as pessoas lhe dizerem que deve confiar em Deus cada dia, mas você nunca dará ouvidos enquanto não vivenciar isso. Em Mt 6:34, o Senhor Jesus nos diz:
Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã trará as suas próprias preocupações. Basta a cada dia o seu próprio mal.

Você precisa vivenciar o hoje, hoje! Não pode viver o amanhã hoje e nem a semana que vem, amanhã. "A razão pela qual estamos tensos, distraídos e ansiosos é que nunca conseguimos dominar a arte de viver um dia após o outro", escreve William Elliot em For the Living of These Days. Vivemos fisicamente um dia após o outro, mas mentalmente, vivemos os três tempos verbais ao mesmo tempo. [...] e isso não funciona."

DEUS, para exercer seu juízo sobre a idolatria de Israel, precisava tomar algumas providências:
  1. Provar que ELE era maior que Baal, Asera, Moloque, ou outro deus qualquer adorado agora por aqueles deveriam adorá-Lo.
  2. Livrar seu servo Elias e os fiéis restantes dos juízos que viriam sobre aquela terra (100 profetas que Obadias sustentou e os 7.000 que não dobraram seus joelhos a Baal).
  3. Precisava fazer com que o povo comparasse entre os deuses da terra e ELE.
  4. Precisava alimentar e cuidar de Elias para que ele pudesse ser usado para demonstrar ao povo a superioridade de DEUS em relação aos outros deuses, matasse os falsos profetas de Baal e de Asera e que desse fim ao castigo.

Seca é um período longo sem chuvas e aqui no caso sem orvalho também, o que é mais grave ainda; bem diferente de estiagem que é um curto período sem chuvas. Aqui nessa lição (entre cap. 17 e cap. 18) vemos um período de 3 anos e 6 meses sem chuvas e sem orvalho - Em 1 Rs 17:1 Elias não sabia de antemão quanto tempo duraria a seca e disse: "nestes anos". - Lc 4:15 "três anos e seis meses"- Tiago também nos revela quanto tempo durou a seca, Tg 5:17 - "três anos e seis meses não choveu sobre a terra". JESUS teve um período igual de ministério para revelar DEUS entre os homens. Também esse período foi recheado de Milagres e demonstração de superioridade do poder de DEUS sobre o poder de Satanás. Na grande tribulação haverá também um período de três anos e meio para que Satanás engane as nações e três anos e seis meses para que DEUS envie seu juízo sobre os homens que não o reconheceram como DEUS e se deixaram enganar por satanás e seus asseclas.
Essa seca não é um fenômeno meteorológico (fenômeno natural), mas um fenômeno sobrenatural, era um milagre, era juízo de DEUS sobre os deuses adorados pelos israelitas, revelando sua superioridade sobre todos e quaisquer deuses criados pela imaginação humana.
A mitologia fenícia sobre Baal dizia que ele controlava as estações e que morria no início do inverno e após um ano ressuscitava, na primavera - agora com uma seca de três anos e meio estava mais do que provado que Baal não era deus nada e nem tinha poder sobre as colheitas e sobre as chuvas e muito menos sobre a vida.
A didática de DEUS muitas vezes vem através de meios que para nós é muito duro e além de nosso entendimento. Muito provavelmente muitas crianças, velhos e enfermos morreram durante esse período. Esse juízo é ao mesmo disciplinar e corretivo, pois vem seguido de arrependimento e aprendizado.

O povo agradecia ao deus Baal pelas chuvas, pelas lavouras, pelo gado, pelas colheitas e até pela saúde. DEUS mostrou que nada disso era dado por Baal, mas tudo concedido pela garça e amor de DEUS (JEOVÁ) para com seu povo.
A revelação material de DEUS é mais susceptível ao homem do que sua revelação espiritual, por isso o sentir e o ver (sinais e prodígios e milagres) produz mais para o reino de DEUS do que apenas as palavras faladas (é o que nos revela Atos dos apóstolos).
O povo sentiu na pele e no bolso os efeitos de sua escolha errada. Apesar do povo estar em dúvida sobre qual DEUS seguir, optavam pelo deus que seus líderes seguiam para que não fossem excluídos das benevolências do reino e da sociedade em que viviam. O povo queria seguir o DEUS verdadeiro, mas aceitavam o deus falso pois já estavam vivendo com dois ou mais deuses em seus corações.
DEUS é o DEUS de provisão (Jeová Jireh) - DEUS cuida de Elias e também dos profetas que Obadias alimentou e além desses os 7.000 que não se dobraram diante de Baal.
Aqui vemos um combate direto de DEUS contra Satanás. Satanás usando como instrumentos o rei Acabe, sua esposa Jezabel e seus 850 profetas falsos (400 de Asera e 450 de Baal). DEUS usando como instrumento o profeta Elias.
Elias deu uma demonstração de fé na Palavra de DEUS quando acreditou que passariam anos sem chuva - aquele que quer ser servo de DEUS precisa crer no sobrenatural, no impossível se tornando possível. "Sem fé é impossível agradar a DEUS" (Hb 11:6).
DEUS envia Elias para sua Terra enquanto Acabe e Jezabel o procuravam por todos ops países do mundo, pois o único lugar onde nunca o procurariam era exatamente em sua própria terra (só um louco se esconderia em sua Terra para se esconder de seus inimigos - "a sabedoria de DEUS é loucura para os homens").
Fim do juízo, da correção, da disciplina - Elias é enviado a acabe com a notícia das chuvas abundantes que estavam chegando - Teve que orar, interceder e crer no milagre das chuvas agora.

A Provisão de DEUS na Vida do Profeta Elias

Elias foi um dos mais destacados servos de DEUS mencionados no Velho Testamento, um daqueles que teve o privilégio de aparecer no monte da Transfiguração (Mateus 17:3). Ele testificou de DEUS no meio da idolatria, enfrentando o rei de Israel, a rainha Jezabel, os 450 profetas de Baal e os 400 profetas do poste-ídolo Asera (1Rs 18); ele orou a DEUS, e não choveu naquela terra por três anos e seis meses! Um super-homem? Não; “Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos” (Tg 5:17).

De onde vinha, então, o seu poder? A resposta é clara: ele dependia do Senhor. Ele confiou, não em si mesmo, mas na força do Senhor, e DEUS pôde operar através do Seu servo. DEUS é quem o fortalecia (1 Rs 18:46), e também foi DEUS quem cuidou dele durante o seu ministério. Em três ocasiões diferentes, o Senhor providenciou alimento de forma milagrosa para Elias, alimento indispensável para que ele pudesse continuar testemunhando do Senhor: Junto ao ribeiro de Querite (1 Rs 17:5,6), na casa da viúva de Sarepta (17:9) e no deserto (19:4-7). DEUS pode prover plenamente todas as nossas necessidades. Vamos analisar só a primeira oportunidade em que o Senhor, por meio de milagres, providenciou alimento material para Seu servo.

Sugestão de leitura


Elias: Um homem de heroísmo e humildade (Heróis da Fé): Um homem de heroísmo e humildade. (Charles Swindoll)

Um homem de heroísmo e humildade. Antes de "Homem de Deus", um homem. Sem títulos. Sem formação requintada. Sem prestígio social. O profeta Elias era rude e oriundo de uma cidadezinha perdida no mapa do Oriente. Um anônimo em meio a uma sociedade orgulhosa, opressora e idólatra, Elias poderia ter encarnado a fórmula da obscuridade. Afinal, quem daria crédito a alguém que personificasse essa descrição? Talvez ninguém. No entanto, Charles Swindoll prova que as coisas podem ser diferentes quando tal pessoa é porta-voz de uma promessa. Principalmente se essa promessa provier de ninguém menos que o próprio Deus. É nesse cenário bíblico que Elias aparece pela primeira vez. E é aqui se inicia a saga desse grande profeta de Deus. Sozinho, ele enfrentou mais de 400 profetas do falso deus Baal... e ganhou. No entanto, paradoxalmente, deixou-se intimidar por uma mulher e fugiu para preservar sua vida. O que teria levado esse homem tão próximo de Deus a esconder-se depois de um feito tão espetacular? Elias: um homem de heroísmo e humildade é o quinto volume da série Heróis da Fé - que já conta com Davi, Éster, José e Moisés. Elias relata de um lado a coragem do profeta de Deus ao enfrentar um povo corrompido pela impiedade e, de outro, a humildade do servo que se submete a seu Senhor, independentemente das circunstâncias. A história menciona poucos relatos de personagens que se destacaram em seu momento histórico por reunirem duas virtudes aparentemente paradoxais: o heroísmo e a humildade. Elias, um homem simples e provindo de uma pequena cidade quase que desconhecida, integra esse seleto grupo de personalidades. Em Elias: um homem de heroísmo e humildade, Charles Swindoll consegue explorar com rara habilidade a fascinante vida de Elias como profeta de Deus, sem contudo encobrir sua fraqueza humana.



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